Pra começar o ano bem, tradição peruana promove troca de socos para resolver problemas

Takanakuy é festa cultural que mistura dança, cantoria e brigas que terminam com um abraço

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Peruanos se enfrentam durante Takanakuy. Foto: alliance/picture alliance via Getty Image.

Perto de Cusco, as províncias de Antabamba e Chumbivilcas, localizadas no Peru, celebram o Natal de uma forma um tanto quanto inusitada. Na chamada Takanakuy — palavra do idioma quíchua, que significa “troca mútua de socos” —, os peruanos promovem uma festa com muita música, dança e principalmente pancadarias. No entanto, o objetivo é promover a paz e iniciar o novo ano sem desavenças.

Os confrontos são mais do que apenas brigas e são companhados da huaylía, forma de dança e cantos, além da presença de personagens característicos da tradição, como o majeño e o qarawatana, que utilizam máscaras coloridas.

Segundo o UOL, as lutas possuem o objetivo de “lavar roupa suja” e fazer com que os problemas entre as pessoas não sejam levados para o próximo ano. Vistas como ferramenta de paz, os confrontos devem terminar com um abraço entre os que duelam. O auge do evento cultural ocorre no dia do Natal, em Santo Tomás em Chumbivilcas, na arena da cidade.

Com a repercussão da tradição em grandes cidades como Lima e Arequipa, a festa gera indignação no país, principalmente por, em algumas vezes, envolverem crianças e adolescentes. As autoridades peruanas já tentaram e falharam em acabar com o festejo na capital. O Ministério da Mulher e Povoações Vulneráveis também se posicionou contra a tradição, em 2014, alegando que as brigas afetam o desenvolvimento das crianças e dos adolescentes.

Texto: Gustavo Henn

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