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Hamas e Israel: um ano de guerra é marcado com expansão do conflito e mais de 42 mil palestinos mortos

Milhares de pessoas morreram, outras ficaram gravemente feridas e o centro do conflito entre os dois, a Faixa de Gaza, foi arrasada
Da Redação -
Destruição causada por conflito entre Israel e Hamas (Foto: Wikimedia Commons)

Há exatamente um ano, israelenses acordavam com rastros de fumaça no céu e dezenas de explosões em um ataque surpresa do grupo armado palestino Hamas. Israel reagiu e, desde então, milhares de pessoas morreram, outras ficaram gravemente feridas e o centro do conflito entre os dois, a Faixa de Gaza, foi arrasada. A troca de ataques levou a uma escalada na tensão do Oriente Médio, já marcado por conflitos históricos.

“O que distingue este conflito dos anteriores não é apenas o escopo da destruição, mas o direcionamento sistemático do que resta do tecido social de Gaza”, avaliou ao UOL o escritor palestino Mohammed Omer Almoghayer.

“Esta não é meramente uma operação militar, mas uma tentativa de aniquilar a possibilidade de recuperação, forçando Gaza a um prolongado estado de desintegração”, afirma Mohammed Omer Almoghayer.

Números reforçam a avaliação do jornalista, que nasceu e cresceu em Gaza. A região perdeu 90% dos ativos agrícolas, sofreu uma queda de 81% no PIB e viu oito de cada dez empresas fecharem, segundo levantamento da ONU.

O estudo, feito entre 3 e 6 de setembro, mostrou que 66% dos edifícios na Faixa de Gaza foram danificados. “O desequilíbrio [entre Hamas e Israel] é total e todos os meios utilizados pelo governo Netanyahu levaram a um estado de ‘terra arrasada’. Acabaram com a Faixa de Gaza para destruir um grupo bem menor”, ressalta Pio Penna Filho, professor de relações internacionais da UnB ( de ).

Israel se defende das críticas pela destruição em Gaza. Em discurso na Geral da ONU em 27 de setembro, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que, se o Hamas “permanecer no poder”, vai se reagrupar e atacar os israelenses novamente. Ele também justificou os ataques recentes ao Hezbollah. “Continuaremos destruindo o Hezbollah até que todos os nossos objetivos sejam alcançados”.

Cerca de 42 mil pessoas foram mortas em Gaza desde o início do conflito e mais de 96 mil ficaram feridas, segundo o Ministério de Saúde palestino. A pasta é subordinada à Autoridade Nacional , mas Gaza é governada desde 2007 pelo Hamas. A ONU já expressou confiança nos números.

Já Israel contabiliza pouco mais de 1,2 mil pessoas mortas e cerca de 9 mil feridos durante o conflito. País tem, ainda, quase 100 reféns sob poder do Hamas em Gaza, sendo 33 corpos e, entre os 64 que continuariam vivos, 52 homens, 10 mulheres e duas crianças. A situação das vítimas é ainda uma justificativa do governo Netanyahu para a continuidade dos ataques.

“Israel está em movimento, e o eixo do mal está recuando. (…) Faremos tudo o que for necessário para continuar essa tendência, para atingir todos os objetivos da guerra, principalmente o retorno de todos os nossos reféns, e para garantir nossa existência e nosso futuro”, disse Benjamin Netanyahu, premiê israelense.

Destruição do Hamas

No dia do ataque do Hamas, Netanyahu prometeu usar “toda sua força para destruir o Hamas”. Até o momento, o objetivo não foi alcançado, segundo especialistas, mas o movimento palestino está enfraquecido.

Diversas lideranças do grupo armado foram mortas desde o início do conflito. Um dos principais alvos foi o chefe da cúpula política do Hamas, Ismail Haniyeh, vítima de um ataque aéreo. Tel Aviv não confirma, mas também não nega a autoria da ofensiva.

Para Kai Enno Lehmann, professor da USP e pesquisador de crises internacionais, a permanência do Hamas na Faixa de Gaza pode indicar um fracasso relevante de Israel neste primeiro ano do conflito. “Nesse sentido, acho que seria uma certa vitória para o Hamas. Israel não perdeu, mas a situação fica mais difícil do que para o grupo palestino porque Netanyahu prometeu que o Hamas seria destruído”.

“Essas baixas no comando do Hamas não afetam a militância, mas, talvez, cause a curto prazo um fragmento em termos de ações do grupo. Talvez não tenham ataques elaborados como o que houve no dia 7 de outubro, talvez haja núcleos atuando na Faixa de Gaza, o que pode atrapalhar a vida dos soldados israelenses”, disse Kai Enno Lehmann.

Omer Almoghayer acredita que a sequência de ataques de Israel contra os palestinos – que miram o Hamas, mas também atingem pessoas comuns – fortalece a narrativa do movimento. “A questão palestina, central para a discussão no Oriente Médio, é inflamada por essas incursões, pois destacam a questão mais ampla da ocupação de Israel e sua recusa em se envolver em soluções significativas e justas para a causa palestina”.

(Com informações do UOL)

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