O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, viajará para Egito, Israel e Cisjordânia, neste fim de semana, para tentar acalmar os ânimos após o aumento da violência e evitar uma escalada depois da ofensiva israelense.

A visita de Blinken a Israel está planejada há semanas, mas a incursão militar no campo de refugiados de Jenin, na quinta-feira, 26, – que os palestinos dizem ter matado nove pessoas, incluindo uma mulher de 61 anos -, provavelmente, dominará a pauta em Jerusalém e Ramallah. Os militares israelenses também mataram a tiros um palestino de 22 anos no final do dia de ontem.

Espera-se que a viagem seja carregada de tensão em razão de desentendimentos entre Joe Biden e Binyamin Netanyahu, particularmente sobre o conflito palestino.

A principal diplomata dos EUA para o Oriente Médio, Barbara Leaf, disse que o governo americano pediu a ambos os lados que reduzam as tensões após o ataque, e lamentou o anúncio palestino de que cortará a cooperação de segurança com Israel.

Leaf, secretária adjunta de Estado para assuntos do Oriente Próximo, disse que as mortes de civis relatadas em Jenin foram “lamentáveis”. Mas ela também afirmou que a suspensão da cooperação de segurança com Israel é um erro, assim como a promessa palestina de levar o assunto à ONU e ao Tribunal Penal Internacional.

Blinken se reunirá neste sábado, 28, no Cairo com o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, antes de ir a Jerusalém e Ramallah, na segunda, 30, e terça-feira, 31, para se reunir com Netanyahu e o líder palestino, Mahmoud Abbas.

Pressão

Ele será o segundo alto funcionário de Biden a visitar Israel neste ano. Na semana passada, o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, visitou a região em meio às preocupações dos EUA com relação à violência, assim como com o novo governo de direita de Netanyahu.

“Com os líderes israelenses e palestinos, o secretário (Blinken) enfatizará a necessidade urgente de as partes tomarem medidas para reduzir as tensões, para pôr fim ao ciclo de violência que ceifou muitas vidas inocentes”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.

O governo Biden tem sérias preocupações com o governo de Netanyahu, que inclui vários políticos israelenses de extrema direita que se opõem a algumas das políticas fundamentais para o Oriente Médio, incluindo uma resolução de dois Estados para o conflito palestino-israelense.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.