Israel expande operações terrestres em Gaza após cortar internet do território
Território de Gaza ficou sem energia e internet na madrugada deste sábado
Agência Estado –
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Israel disse nesta sexta (27), que suas forças terrestres estão expandindo os ataques na Faixa de Gaza, à medida que se aproxima da ordem de invasão do território sitiado. A internet do enclave palestino foi cortada, deixando a população sem comunicação com o exterior. “O Hamas sentirá nossa ira esta noite”, disse Mark Regev, assessor do premiê israelense, Binyamin Netanyahu, em entrevista à emissora MSNBC, dos EUA.
O comando militar israelense confirmou que suas tropas estão combatendo dentro da Faixa de Gaza pelo segundo dia seguido, mas recusou-se a dizer se a operação foi o início de uma invasão terrestre em grande escala. Durante dois dias, o Exército de Israel fez incursões dentro do enclave.
“Nossas tropas e tanques estão dentro da Faixa de Gaza. Eles estão trocando tiros e realizando operações”, afirmou o major Nir Dinar, porta-voz militar. “Mas nossas tropas e tanques também estiveram dentro de Gaza na quinta-feira”, acrescentou.
Cerco total
O Hamas respondeu. Um alto funcionário do grupo disse que estava “pronto” para uma invasão terrestre israelense. Ezzat al-Rishaq, membro do gabinete político, postou no Telegram: “Se Netanyahu decidir entrar em Gaza esta noite, a resistência estará pronta”.
A invasão terrestre seria o início a uma nova fase na guerra, de acordo com autoridades israelenses. O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu a etapa terrestre como “cansativa e aberta” devido aos combates urbanos, em regra lentos, longos e sangrentos.
Segundo Gallant, Israel tem atuado para destruir a rede de túneis do Hamas, que oferece uma vantagem para os terroristas no campo de batalha. Ele também afirmou que espera uma fase de combates de baixa intensidade, enquanto Israel destrói “bolsões de resistência”.
O avanço de ontem de Israel em Gaza ocorreu em meio a um apagão “total ou quase total” da internet no território palestino, a maior interrupção de sinal desde o início das hostilidades, em 7 de outubro, de acordo com grupos de monitoramento. Jornalistas, médicos e funcionários da ONU disseram que perderam contato com colegas dentro do território palestino.
Colapso e fome
O corte de comunicação afetou o contato entre o Escritório de Representação do Brasil em Ramallah, na Cisjordânia, e os 34 brasileiros que estão presos na Faixa de Gaza. O grupo, porém, está em segurança, segundo o Itamaraty.
Israel também cortou o fornecimento de eletricidade, água, combustível e alimentos para os 2,3 milhões de habitantes de Gaza – dos quais 1,4 milhão estão deslocadas e 640 mil vivem abrigadas em instalações de emergência da ONU, de acordo com a agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês).
Philippe Lazzarini, chefe da UNRWA, disse ontem que os últimos serviços públicos estavam “entrando em colapso” e as ruas estavam sujas de esgoto. “Nossa operação de ajuda está desmoronando e, pela primeira vez, os funcionários da ONU relatam que as pessoas estão com fome”, disse. De acordo com ele, os pequenos comboios de ajuda que Israel permitiu que entrassem em Gaza nos últimos dias “não farão diferença”.
Jornalistas
Em carta enviada ontem a agências de notícias, o Exército de Israel disse que não pode garantir a segurança dos jornalistas em Gaza. “Recomendamos fortemente que vocês tome todas as medidas necessárias para sua segurança”, dizia a mensagem. Em três semanas de conflito, 27 jornalistas morreram no fogo cruzado.
(Com agências internacionais)
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