Polícia israelense usou o spyware Pegasus para espionar rivais de Netanyahu
O Pegasus concede acesso total ao celular de uma pessoa, incluindo comunicações em tempo real
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Legisladores israelenses pediram nesta terça-feira, 18, a abertura de um inquérito parlamentar sobre o suposto uso do sofisticado spyware Pegasus pela polícia contra cidadãos do país, incluindo manifestantes contrários ao ex-primeiro-ministro Binyamin Netanyahu. A informação sobre a espionagem foi revelada pelo jornal financeiro Calcalist. O Pegasus concede acesso total ao celular de uma pessoa, incluindo comunicações em tempo real.
O Parlamento de Israel (Knesset) vai buscar uma explicação da polícia sobre o uso do spyware criado pelo grupo israelense NSO – que agora está na lista negra do governo dos EUA – desde 2013. Segundo o jornal Calcalist, a polícia usa o programa contra alvos às vezes sem os mandados judiciais necessários.
O relatório acrescentou um novo ângulo doméstico à pressão global sobre Israel após alegações de que o Pegasus teve uso abusivo por alguns governos clientes estrangeiros para espionar ativistas de direitos humanos, jornalistas e políticos.
Israel, que regula a empresa, não disse se suas próprias forças de segurança usam o spyware. A reportagem, que não citou nenhum funcionário atual ou do governo anterior, polícia ou NSO corroborando as alegações, se referiu a oito supostos exemplos de unidade de inteligência secreta da polícia empregando o Pegasus para vigiar cidadãos israelenses, incluindo telefones hackeados de um suspeito de assassinato e oponentes da Parada do Orgulho de Jerusalém. O relatório não nomeou nenhuma das pessoas cujos telefones foram supostamente hackeados pela polícia.
A polícia israelense negou as acusações, dizendo em um comunicado que opera de acordo com a lei. No comunicado, ela negou ter usado o spyware contra, entre outros, líderes do chamado Black Flag que organizou os protestos no ano passado que exigiram a renúncia do então primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, que está sendo julgado por acusações de corrupção que ele nega. O porta-voz Roee Neuman disse que os líderes do protesto só souberam da vigilância digital após a publicação do relatório.
O ministro da Segurança Pública, Omer Barlev, cujo departamento supervisiona a polícia, tuitou que verificaria se a polícia recebeu autorização explícita de um juiz para usar o spyware.
No noticiário do Canal 12 de Israel, a legisladora Meirav Ben Ari disse que a Comissão Parlamentar de Segurança Pública, que ela preside, se reunirá na próxima semana para questionar a polícia sobre a reportagem do Calcalista.
“Muitos membros do Parlamento me abordaram hoje. Este é um incidente muito perturbador, levantando preocupações sobre a violação da privacidade e da democracia como um todo”, disse Ben Ari. “A polícia, como faz sempre que vem às minhas audiências, vai explicar.”
A NSO disse que não poderia confirmar ou negar nenhum cliente existente ou potencial. Ele disse que não opera o sistema uma vez vendido a seus clientes governamentais nem está envolvido de forma alguma na sua operação. “NSO vende seus produtos sob licença e regulamentação para agências de inteligência e aplicação da lei para prevenir o terrorismo e o crime sob ordens judiciais e as leis locais de seus países”, afirmou.
Sanções e processos
No mês passado, um grupo de legisladores dos EUA pediu ao Departamento do Tesouro e ao Departamento de Estado que impusessem sanções ao NSO e três outras empresas estrangeiras de vigilância que, segundo eles, ajudaram governos autoritários a cometer abusos de direitos humanos. O sofisticado spyware tem sido associado à espionagem de ativistas, jornalistas e políticos, da Arábia Saudita ao México.
Em novembro, a Apple processou o NSO, dizendo que violou as leis dos EUA ao invadir o software instalado nos iPhones. O NSO também enfrentou ações legais ou críticas da Microsoft Corp, do Facebook, Meta Platforms Inc.
Notícias mais lidas agora
- Motociclista perde controle da direção, bate em poste e morre em Aquidauana
- Após comer carne de urso em churrasco nos EUA, grupo contrai parasita raro
- Bolsa Família inicia pagamentos de outubro nesta semana, confira o calendário
- Mais de meio milhão de veículos estão com o licenciamento de 2024 em atraso no MS
Últimas Notícias
Com salários de até R$ 10 mil, concurso em Rio Brilhante segue com inscrições abertas
O concurso oferta 11 vagas dividas em cargos de níveis fundamental, incompleto e completo, médio e superior
Após o nome aparecer no caso P. Diddy, Justin Bieber estaria se isolando da família e amigos
Amigos próximos e familiares estão preocupados, dizendo que o cantor está tendo dificuldade em saber em quem confiar
Quem tem o direito de ser mãe? Pressão social e religião moldam escolhas sobre a maternidade
Apelo do Papa Francisco para que casais tenham filhos gerou debates sobre os direitos reprodutivos das mulheres
Após ‘feriadão’, semana inicia com mais de 6 mil vagas de emprego para Mato Grosso do Sul
Em Campo Grande, são ofertadas 3,6 mil vagas em diferentes áreas e níveis de escolaridade
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.