Otan e Polônia atribuem explosão à Ucrânia e isentam Moscou de ataque
A Ucrânia, que já fez parte da União Soviética, possui armamento de fabricação soviética e russa, incluindo mísseis de defesa aérea.
Agência Estado –
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Autoridades da Polônia e da Otan afirmaram nesta quarta, 16, que o míssil de fabricação russa que explodiu e matou duas pessoas em território polonês provavelmente foi disparado pela Ucrânia, em um incidente classificado pelo presidente polonês, Andrzej Duda, como “infeliz”. Naquele momento, forças de Kiev revidavam um bombardeio da Rússia que mirava sua rede elétrica.
A Ucrânia, que já fez parte da União Soviética, possui armamento de fabricação soviética e russa, incluindo mísseis de defesa aérea. O país também apreendeu muitas outras armas russas enquanto repelia as forças de invasão do Kremlin.
Especialmente no dia da explosão, as defesas aéreas ucranianas trabalharam furiosamente contra o ataque russo que mirou as instalações de geração e transmissão de energia, incluindo na região oeste da Ucrânia que faz fronteira com a Polônia. Os militares da Ucrânia disseram que 77 dos mais de 90 mísseis disparados foram derrubados, juntamente com 11 drones.
O centro de estudos Institute for the Study of War, com sede em Washington, afirmou que a derrubada de tantos mísseis russos pela Ucrânia ilustra a melhoria nas defesas aéreas ucranianas desde que foram reforçadas com sistemas fornecidos pelo Ocidente
Alerta
Após a Polônia elevar seu alerta militar ao grau máximo com a confirmação da morte de duas pessoas em uma área de plantação de grãos na cidade de Przewodow, países membros da Otan e autoridades polonesas fizeram declarações públicas reduzindo o nível de tensão. Duda afirmou que “muito provavelmente” o míssil que atingiu seu país foi disparado por Kiev praticamente isentando Moscou de ter realizado um ataque direto.
Desde que o incidente foi confirmado, autoridades ocidentais adotaram um tom cauteloso sobre um possível ataque direto da Rússia ao bloco, o que exigiria uma resposta graças ao acordo de defesa coletiva.
Ainda na noite de terça-feira, o presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que era improvável que o projétil tivesse sido disparado de território russo.
Antes mesmo das declarações dos líderes da Otan, o Kremlin elogiou o que classificou de reação comedida dos EUA sobre o caso, denunciado a histeria de funcionários de alto escalão de vários países. “A Rússia não tem nada a ver com o incidente na Polônia”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Embora as declarações reduzam as tensões, o presidente polonês disse que Moscou tinha responsabilidade pelo incidente. “A Ucrânia se defendeu – o que é óbvio e compreensível – também disparando mísseis cuja tarefa era derrubar mísseis russos”, disse. “Portanto, estávamos lidando com um embate gravíssimo causado pelo lado russo, assim como todo o conflito. A queda (do míssil) com certeza é provocada pelo lado russo”, disse Duda.
No mesmo sentido, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que a aliança militar não tem indícios de um ataque deliberado à Polônia, mas se negou a livrar a Rússia de culpa. “Nossas análises preliminares sugerem que o incidente foi provavelmente causado por um míssil do sistema de defesa aérea ucraniano para defender o país de mísseis russos”, disse Stoltenberg após uma reunião de emergência da Otan.
Desmentido
O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia negou que um de seus mísseis estivesse envolvido na explosão, que o presidente Volodmir Zelenski chamou de “escalada” da Rússia.
O secretário do Conselho de Segurança e Defesa da Ucrânia, Oleksii Danilov, solicitou “acesso imediato” ao local da explosão no leste da Polônia. Danilov afirmou que a Ucrânia queria um estudo conjunto do incidente, e acrescentou que espera que os aliados forneçam as informações que serviram de base para suas conclusões.
A explosão em solo polonês ocorreu enquanto líderes do G-20 realizavam uma cúpula em Bali, na Indonésia. Ao final do encontro, as autoridades divulgaram um comunicado conjunto com uma condenação da maioria dos países à guerra na Ucrânia. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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