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Com troca de acusações, Paraguai quer reparação pela Guerra da Tríplice Aliança que pode chegar a US$ 150 bilhões

Historiador brasileiro reage e diz que Brasil, Argentina e Uruguai “não devem dinheiro nem desculpas” uma vez que o vizinho ‘invadiu’ terras localizadas no atual Mato Grosso do Sul
Marcos Morandi -
Pintura de Victor Meirelles retrata um dos cenários da Guerra do Paraguai

Uma série de audiências públicas realizada recentemente no pela Subcomissão Verdade e Justiça do Parlasul (Parlamento do Mercosul) reascendeu novas polêmicas sobre a da Tríplice Aliança. No centro das discussões, que incluem trocas de acusações entre políticos e historiadores está um pedido de compensação financeira defendido pelo Paraguai que pode chegar a US$ 150 bilhões.

No entendimento de um grupo de senadores e intelectuais paraguaios, que participaram das seis audiências até agora realizadas, Brasil, Argentina e ao longo de 150 anos, de manipularam a história. Segundo eles, o Paraguai, é retratado pela Tríplice Aliança como um País imperialista e genocida.

Além da compensação financeira, outra exigência seria a devolução do que chamam de “saque”, de acordo informações levantadas pelo Jornal Metrópoles. A lista inclui um canhão construído pelos paraguaios com metal dos sinos da igreja da Assunção (que lhe rendeu o nome de O Cristiano, ou O Cristiano, em português) e levado pelo Brasil como troféu de guerra.

Segundo o historiador brasileiro, Francisco Doratioto, professor da UNB (Universidade de ), Brasil, Argentina e Uruguai, que são considerados vitoriosos, não devem dinheiro nem desculpas ao Paraguai. “O discurso de que o Paraguai foi vítima desta guerra é factualmente falso, porque eles foram o país agressor, foram eles que provocaram o conflito”, defende Doratioto.

Para o professor da UNB, quem iniciou a guerra sem declará-la, ao sequestrar o barco do Marquês de Olinda e invadir terras onde atualmente está localizado o atual Mato Grosso do Sul, foram as tropas de Solano López, que já vinha planejando esse movimento há algum tempo. “Se tomarmos a cronologia dos acontecimentos, vemos que a Tríplice Aliança foi formada em resposta à agressão paraguaia”, justifica o pesquisador brasileiro.

‘Sonhos Guaranis’

“ Essas audiências constituem um evento histórico e que deve reparar erros, a partir da análise da verdade”, justificou o representante paraguaio no Parlasul, Ricardo Canese, ao ressaltar a importância das audiências, principalmente para a reconstrução da memória do Paraguai, que na realidade é uma vítima e não o vilão.

“A Guerra da Tríplice Aliança foi o conflito mais importante e cruel registrado até hoje na América do Sul e que vários pesquisadores e historiadores expressaram claramente que crimes de guerra graves foram cometidos e que não foram analisados ​​por nenhuma comissão parlamentar até o momento”, agumenta Canese.

Entretanto,  se depender da produção cultural brasileira em especial da música sul-mato-grossense,  a ‘Guerra do Paraguai’  é um tema que suscita discussões que estão bem longe de chegar ao fim. Um exemplo disso é a música  Sonhos Guaranis,  de autoria do compositor Paulinho Simões, interpretada por Almir Sater.

“Mato Grosso encerra em sua própria terra/Sonhos guaranis/Por campos e serras a história enterra uma só raiz/Mato Grosso espera esquecer quisera/O som dos Fuzis/Se não fosse a Guerra/Quem sabe hoje era um outro país”, ecoam os primeiros versos

Na parte final, a canção coloca ainda mais combustível nas polêmicas, quando afirma:  “E cego é o coração que trai/Aquela voz primeira que de dentro sai/E as vezes me deixa assim ao/Revelar que eu vim da fronteira onde/O Brasil foi Paraguai”.

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