aprovou um plano neste domingo, 26, para dobrar o número de moradores nos assentamentos judaicos nas Colinas do Golan em cinco anos, parte de um projeto de mais de US$ 300 milhões. A medida pode apertar seu controle sobre o território que ocupou no conflito com a Síria em 1967.

Em uma reunião de gabinete na comunidade de Mevo Hama, no Golan, o primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, afirmou que o momento é de reforçar a presença de judeus israelenses no território. Ele citou como argumentos o reconhecimento do então presidente americano, Donald Trump, em 2019, da soberania israelense sobre Golan e sobre o fato de seu sucessor, Joe Biden, não ter manifestado intenção de reverter a decisão.

De acordo com um projeto aprovado pelo gabinete, cerca de 7,3 mil unidades habitacionais serão construídas em Katzrin, o principal assentamento de Israel na área, e em comunidades judaicas menores. “O objetivo da decisão é dobrar o número de residentes (israelenses) em Golan nos próximos anos, o que significa um acréscimo de 23 mil pessoas na área”, disse um comunicado divulgado pelo escritório de Bennett.

Ele disse que dois novos assentamentos também estão planejados para Golan, e que 4 mil casas seriam construídas no local. Cerca de 20 mil drusos, a maioria dos quais se identifica como sírios, também vivem no Golan.

Israel anexou as Colinas do Golan, com cerca de 1,2 mil km², em 1981, um movimento que não foi reconhecido pela comunidade internacional. Síria exige a volta do planalto estratégico, que também faz fronteira com o Líbano e a Jordânia.

“Nem é preciso dizer que as Colinas do Golan são israelenses”, disse Bennett a seu gabinete em declarações transmitidas pelo rádio. “O fato de que o governo Trump reconheceu isso, e o fato de que o governo Biden deixou claro que não há mudança nessa política, também é importante”, disse.

Em fevereiro, logo após Biden tomar posse como presidente, o secretário de Estado Antony Blinken disse à TV americana CNN que o controle sobre Golan continua sendo de “real importância para a segurança de Israel”.

Blinken observou a presença, na Síria, de grupos de milícias apoiados pelo Irã, principal aliado do presidente sírio Bashar Assad. “As questões jurídicas são outra coisa e, com o tempo, se a situação mudar na Síria, é algo que devemos olhar, mas não estamos nem perto disso”, disse Blinken.

O assentamento israelense no Golan tem tido uma escala muito menor do que na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental, áreas também capturadas na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e reivindicadas pelos palestinos para um futuro estado.

Ao contrário da Cisjordânia, onde muitos colonos afirmam ter uma ligação bíblica com a terra e milhares se deslocam para empregos nas cidades israelenses próximas, o Golan mais remoto oferece oportunidades de emprego limitadas.

Israel e Síria, que tecnicamente continuam em guerra, são separados por uma fronteira de fato nas Colinas do Golan.