Acionistas da fabricante ítalo-americano FCA (Fiat Chrysler) e do francês PSA Peugeot anunciaram uma reunião para esta segunda-feira (04). Nela, será votada a fusão dos dois grupos em uma holding chamada Stellantis, que se tornará a quarta maior montadora de veículos do mundo.

A expectativa é que a transação, que recebeu aval dos órgãos reguladores na no último mês de dezembro, seja aprovada. As duas companhias já estão em conversas avançadas sobre a consolidação de suas operações, uma forma de cortar bilhões em custos de engenharia e manufatura.

Isso significa que plantas na Itália, Alemanha e Michigan, nos Estados Unidos, podem ser fechadas ou reduzidas com a tecnologia da PSA Peugeot sendo integrada nos carros americanos e italianos.

 “Você não consegue fazer um controle eficiente de custos se manter a escala de ambas as companhias”, diz Karl Brauer, analista do site iSeeCars. “Já vimos esses cortes antes e vamos vê-los novamente agora com a empresa economizando nas plataformas ao redor dos continentes, em vários mercados.”

 O plano do executivo português Carlos Tavares, CEO da PSA Peugeot e que será o executivo-chefe da Stellantis, é consolidar primeiro as operações do grupo na , onde há uma sobreposição da Fiat e da PSA. A Europa vem sendo um gargalo de dinheiro para a FCA, e fábricas na Itália estão operando abaixo da capacidade, o que preocupa os sindicatos locais, já que a Fiat é o principal empregador privado no país.

 Centrais administrativas também devem ser unificadas com a fusão, com centros de engenharia em , Turim (Itália) e Rodelsheim (Alemanha), sede da Opel, podendo ser fechadas. Já nos EUA, a marca Chrysler, que só tem dois modelos sendo vendidos, pode estar na linha de frente nos cortes.

 Entre os desafios da nova empresa está a meta da PSA de entregar versões elétricas de todos os modelos até 2020, uma área onde a FCA não avançou muito, assim como a inserção das duas empresas no mercado da Ásia. “O futuro do mercado de automóveis está na Ásia”, diz Ferdinand Dudenhoeffer, do Center for Automotive Research, na Alemanha, destacando que o continente já responde por 45% das vendas mundiais totais de automóveis. (Com informações Agência Estado)