Sob a pauta de uma alimentação mais saudável, o candidato à presidência da França para 2022, Jean-Luc Mélenchon, do partido França Insubmissa, criticou o consumo de alimentos processados, entre eles a Nutella. A declaração polêmica veio em entrevista ao jornal Liberation. Mélenchon defendeu que não havia motivos para seguir vendendo o famoso creme de cacau com avelã no país.

Para o candidato, o consumo de alimentos ultraprocessados é prejudicial à saúde e ao meio ambiente, já que a empresa responsável pelo produto teria adicionado mais açúcar à composição da receita, a Ferrero, no entanto, nega a mudança na receita. Outro ponto de crítica do francês seria a utilização do óleo de palma, uma forma industrializada do azeite de dendê. Em alguns países, como Malásia e Indonésia, responsáveis pela maior parte da produção mundial do ingrediente, a plantação em larga escala da planta que dá origem ao óleo é considerada causa de desmatamento.

Em declarações de suas campanhas, Mélenchon defendeu sua proposta de uma alimentação mais saudável e anunciou que, se eleito, vai proibir a publicidade alimentar voltada para crianças. “Eu não sou o bicho-papão, estou tentando defender a natureza e a saúde das crianças. Não é sobre proibir tudo, é sobre fazer o racionamento de açúcar e sal nos alimentos e proibir aditivos corantes e conservantes, classificados como cancerígenos”, afirmou.

A companhia Ferrero afirmou estar comprometida com o crescimento sustentável, e diz garantir que a colheita de avelãs em países como a não utiliza mão de obra infantil, bem como seu compromisso em reduzir as embalagens. Quanto ao cultivo do óleo de palma, a empresa ressaltou em nota que o produto é de alta qualidade e cultivado de maneira responsável.