Martha Chamorro, vice-presidente da Asatur (Associação Paraguaia de Agências de Viagens e Empresas de Turismo), afirmou que o governo paraguaio aplica controle quase nulo em relação à entrada de viajantes nas cidades fronteiriças com o Brasil.

Segundo ela, enquanto isso, as companhias aéreas e agências de viagens precisam de uma quarentena de cinco dias para mitigar a entrada da variante Delta do vírus SARS-CoV-2.  Chamorro referiu-se à exigência da quarentena sanitária que rege a partir de hoje pelo período de um mês e se aplica aos viajantes que chegam de qualquer país. 

Conforme publicação do ABC Color, a vice-presidente da Asatur explicou que pode haver duas situações com pessoas que entram pelos aeroportos do país. A primeira situação ocorre com quem apresenta análise de PCR positiva e realizada até 72 horas antes da viagem, requisito que já existia anteriormente. 

Essas pessoas precisam fazer apenas dois dias de quarentena domiciliar, mas devem apresentar outro PCR negativo cinco dias após pisarem em terras paraguaias. Outra situação ocorre com as pessoas que embarcam com um laudo médico que indica que covid-19 foi tratado nos últimos 90 dias.

Chamorro, também explicou que há exceções, como, por exemplo, pessoas vindas de outros países que usam o como país de trânsito para viagens ou grupos “bolha” que trabalham no país.

Essas pessoas, segundo ela, estão isentas do protocolo de quarentena com medidas especiais. “Ao todo (o acordo com o Ministério da Saúde) é o mais delicado para nós como sindicato porque passamos 16 meses terríveis”, disse.

A empresária lamentou, porém, que o governo seja mais rígido com agências e companhias aéreas e não controle adequadamente o acesso pelas cidades fronteiriças com o Brasil. “A Ponte da Amizade é onde o bug, a variante, entrará. Não há controle lá. Tem muita gente que não é controlada, não é que fique na Foz e na CDE, vem para Assunção”, censurou.

Chamorro reconheceu que a implementação da quarentena é possivelmente “uma questão política” e espera que o MSP tenha, em um mês, os dados sobre se a medida que começa hoje é eficaz ou não. “Colocamos o registro, argumentamos, estabelecemos nossa posição (contra a quarentena)”, disse ele.

Por fim, pediu que também fossem controlados os clandestinos e aplicado um controle mais rígido nas fronteiras, algo que o mesmo diretor de Migrações, Ángeles Arriola, reconheceu dias atrás que não poderia ser feito. “Temos que levantar a parte econômica e levantar a voz de protesto. Somos um dos setores que mais sofre. Teremos reativado no máximo 10% (do setor)”, concluiu.