A Organização das Nações Unidas (ONU) publicou um relatório nesta terça-feira, pintando um quadro sombrio para a humanidade diante da ameaça representada pelo coronavírus. “Esse é o maior desafio da humanidade desde a Segunda Guerra Mundial”, disse o secretário-geral da organização, António Guterres.

“Este relatório é uma chamada para a ação, para a resposta de saúde imediata, necessária para conter a transmissão do vírus e acabar com a pandemia; e para encarar as muitas dimensões sociais e econômicas da crise. É, acima de tudo, uma chamada para que se foque nas pessoas – mulheres, jovens, trabalhadores de baixa renda, pequenos e médios empresários, o setor informal e os grupos vulneráveis que já estão em risco”, diz o documento.

Intitulado “Responsabilidade compartilhada, solidariedade global: respondendo aos impactos socioeconômicos da COVID-19”, o relatório descreve a velocidade e a escala do surto, a gravidade dos casos e a interrupção social e econômica do coronavírus.

Algumas projeções da ONU indicam que o mundo poderá ter 1 milhão de casos confirmados até o fim de semana. “Estamos enfrentando uma crise de saúde global diferente de qualquer outra nos 75 anos de história das Nações Unidas – uma crise que está matando pessoas, espalhando o sofrimento humano e acabando com a vida das pessoas”, disse o relatório da ONU.

“Por um lado, é uma doença que representa uma ameaça para todos no mundo e, por outro, tem um impacto econômico que trará uma recessão sem paralelo, provavelmente no passado recente”, disse Guterres durante uma entrevista coletiva virtual nas Nações Unidas.

O relatório ainda cita avaliação do Fundo Monetário Internacional (FMI), com sede em Washington, de a economia do planeta já se encontra em uma recessão “tão ruim ou pior” que a observada durante a crise financeira internacional, quando vários bancos quebraram nos Estados Unidos. O Fundo projeta que a recuperação da economia global só deve acontecer em 2021, “caso o mundo consiga conter o vírus e tomar as medidas econômicas necessárias.