Diante dos efeitos da pandemia do novo coronavírus na economia, os Estados Unidos observaram a perda de 20,5 milhões de empregos só em abril, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (8), pelo Departamento do Trabalho. Com isso, a taxa de desemprego da maior economia do planeta ficou em 14,7%, no pior resultado do mercado de trabalho desde a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929.

O relatório de emprego dos EUA, conhecido como payroll, evidencia a velocidade do colapso da economia americana. Em fevereiro, a taxa de desemprego estava em 3,5% no país, que vinha se recuperado do duro impacto da quebradeira dos bancos em 2008, quando o Lehman Brothers decretou falência, pressionando o setor financeiro de vários países centrais.

De acordo com o jornal The New York Times, as perdas de abril do mercado de trabalho excedem, em muito, os impactos da última grande recessão, quando a taxa de desemprego dos EUA atingiu o pico de 10%, em outubro de 2009. A reportagem explica que o único período comparável ao de agora foi quando o desemprego chegou a 25% no país, em 1933, antes mesmo de a Casa Branca começar a divulgar os dados oficiais de emprego.

Os dados do Departamento do Trabalho, no entanto, só incluem cidadãos que estão a procura de emprego. Logo, a taxa exclui os milhões de trabalhadores que tiveram redução da jornada e do pagamento.

Os impactos econômicos da praga estão sendo mais duramente sentidos entre as minorias étnicas do país. A taxa de desemprego entre negros saltou para 16,7% em abril, num patamar três vezes maior que o registrado em fevereiro – a maior desde o início de 2010.

Entre os hispânicos, a taxa de desempregou disparou para 18,9% em abril, de apenas 6% em março, no pior resultado desde a década de 1970. Já entre os trabalhadores brancos, o desemprego ficou em 14,2% no mês passado. (Com agências internacionais)