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Itália autoriza desembarque de migrantes retidos em navio

Depois de um impasse que já durava 19 dias, a Promotoria de Agrigento, na ilha da Sicília, na Itália, determinou nessa terça-feira (20) a apreensão do navio humanitário espanhol Open Arms e o desembarque imediato no Porto de Lampedusa dos cerca de 90 migrantes que continuavam a bordo da embarcação. O promotor da cidade, que […]
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Foto: Salvatore Cavalli/ AP Photo
Foto: Salvatore Cavalli/ AP Photo

Depois de um impasse que já durava 19 dias, a Promotoria de Agrigento, na ilha da Sicília, na , determinou nessa terça-feira (20) a apreensão do navio humanitário espanhol Open Arms e o desembarque imediato no Porto de Lampedusa dos cerca de 90 que continuavam a bordo da embarcação.

O promotor da cidade, que responde pela ilha de Lampedusa, Luigi Patronaggio, tomou a decisão após visitar a embarcação, acompanhado de vários médicos, para verificar a situação dos migrantes, que a tripulação descreveu como “desesperadora”.

Patronaggio foi de helicóptero a Lampedusa, diante do agravamento da situação. Na manhã de ontem, 15 migrantes pularam no mar, sem salva-vidas, tentando alcançar a terra. O promotor chegou a classificar a situação de “explosiva”.

“Depois de 19 dias, desembarcaremos hoje em Lampedusa. O navio será apreendido temporariamente, mas é um custo que a Open Arms assumiu para garantir que as pessoas a bordo possam ser atendidas”, afirmou o diretor e fundador da organização não governamental (ONG) de ajuda humanitária Oscar Camps.

A decisão do procurador é o último episódio de uma saga que começou há mais de duas semanas, quando o navio humanitário resgatou, em 1º de agosto, 134 pessoas no Mar Mediterrâneo, ao longo da costa da Líbia. Desde então, a Itália e Malta vinham recusando ao Open Arms o acesso aos seus portos.

A ONG espanhola que opera o navio – há duas semanas retido no mar – disse que a situação na embarcação estava “fora de controle”. No sábado (17), o ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, autorizou o desembarque de 29 menores, e, no dia seguinte, o governo espanhol propôs receber o navio em Algeciras.

A Opens Arms declinou da oferta devido à impossibilidade de seguir viagem dada a “situação insustentável” a bordo. Os passageiros estavam dormindo todos juntos no convés e compartilhando os dois únicos banheiros a bordo. Além disso, a tensão e a longa espera causaram brigas no navio. Nessa terça-feira, a Espanha enviou um navio militar para buscar os migrantes, porém a embarcação só chegaria em Lampedusa daqui a três dias.

Os 83 migrantes, a maioria de países africanos, que ainda estavam a bordo do navio humanitário começaram a desembarcar na ilha de Lampedusa por volta das 23h50 (horário local).

Com a ordem da promotoria italiana, o navio da Open Arms terá que ficar mais duas semanas na Itália, durante as investigações.

O Ministério Público investiga possível crime de sequestro de pessoas, para determinar por que os resgatados não puderam desembarcar na Itália, apesar de um tribunal do país ter derrubado a proibição imposta por Salvini.

A Alemanha, França, Romênia, Portugal, a Espanha e Luxemburgo haviam se oferecido para receber os migrantes. Mesmo assim, Salvini não permitiu que a embarcação atracasse em Lampedusa.

*Agência pública da Alemanha

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