A polícia irlandesa anunciou neste sábado, 20, a detenção de dois homens, com 18 e 19 anos envolvidos na morte da jornalista Lyra Mckee, 29. Mckee, foi baleada na noite de quinta-feira, 18, enquanto realizava a cobertura de um tumulto no conjunto habitacional Creggan Housing, em Londoderry.

Segundo informações da polícia, os homens foram detidos com base na legislação antiterrorismo e conduzidos a um posto de polícia, em Belfast, para serem interrogados.

Natural de Belfast, a repórter foi atingida na cabeça por um homem com máscara que disparava contra a polícia no bairro de Creggan. Ela chegou a ser levada a um hospital, mas não resistiu.

Na sexta-feira, 19, o presidente do Parlamento Europeu (PE) e a Federação Europeia de Jornalistas condenaram a morte de Lyra Mckee, repórter de investigação irlandesa.

Em uma coletiva de imprensa que aconteceu ontem,19, o inspetor do Serviço de Polícia da Irlanda do Norte Mark Hamilton afirmou que as autoridades acreditam que este foi “um ato terrorista cometido por violentos dissidentes republicanos”. “É provável que o Novo IRA esteja por detrás” desta morte, afirmou Hamilton.

O acordo de 1998 pôs fim ao conflito na Irlanda do Norte, onde durante décadas as comunidades católico-republicana e protestante-unionista lutaram entre si. As negociações do Brexit levantaram, recentemente, preocupações de que a iminente introdução de controles de fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, que continuará a pertencer à UE, poderia desencadear outra espiral de violência.

Desde o início do ano, ocorreu várias explosões em Londonderry, mas sem vítimas. Um artefato explosivo detonou em frente a um tribunal no centro da cidade em janeiro, logo após as autoridades terem sido alertadas.

Londonderry – chamada simplesmente pela maioria de habitantes católicos de Derry – tem cerca de 85 mil habitantes e está localizada no extremo noroeste da Irlanda do Norte, na fronteira com a República da Irlanda.

Com informações da Deutsche Welle