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Rússia se diz ameaçada por ataques na Síria: ‘Insultar Putin é inaceitável’

'Nossos avisos foram ignorados'
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‘Nossos avisos foram ignorados’

Embaixada da Rússia em Washington protestou contra os ataques conjuntos de EUA, França e Reino Unido contra alvos militares do programa de armas químicas da . Moscou acusou os países ocidentais de ameaçarem Damasco e seu próprio governo.

“Nossos avisos foram ignorados”, protestou em nota a Embaixada da Rússia nos EUA. “Um cenário pré-desenhado está sendo implementado.” “Insultar o presidente da Rússia é inaceitável e inadmissível. Os EUA – donos do maior arsenal de armas químicas – não têm moral para culpar outros países.”

No comunicado, o embaixador Anatoly Antonov adverte que “estas ações não ficarão sem consequências. Toda a responsabilidade cai sobre Washington, Londres e Paris.”

David Schultz, professor da Hamline University, em Minnesota, afirma que há um grande potencial de piora da situação global.

— Existe um potencial de uma escalada de ameaças e riscos — disse ele. — No caso da Crise dos Mísseis em Cuba (em 1962) foi criado uma canal de diálogo na sequência, como uma hotline entre Washington e Moscou. Agora não vemos muita disposição ou estratégia para isso.

Erick Langer, professor de história da Georgetown University, afirma que este anúncio de Trump, com muito mais pompa que no ataque à Síria há um ano, pode fazer parte de uma estratégia para minimizar seus graves problemas internos.

— Essa é uma regra clássica, quando um presidente está com graves problemas internos inicia uma guerra — afirmou. — Essa nova crise externa é muito conveniente para Trump.

O presidente Donald Trump anunciou na noite desta sexta-feira o ataque militar à Síria, em represália ao suposto ataque com armas químicas lançado no último sábado contra Douma, na região de Ghouta Oriental, subúrbio de Damasco. Os Estados Unidos e vários países ocidentais culparam o regime de Bashar al-Assad pelo ataque. Segundo o secretário da Defesa americano, James Mattis, o ataque foi único, “preciso” e limitado a alvos relacionados ao que seria o programa de armas químicas do regime de Assad, e que se procurou reduzir o risco de envolvimento de forças da Rússia, que apoiam Damasco.

Em pronunciamento pela TV, Trump disse que os ataques tiveram o apoio militar da França e do Reino Unido. Ele se dirigiu diretamente ao Irã e a Rússia, que apoiam o governo de Bashar al-Assad, e perguntou “que tipo de nação quer estar associada diretamente com matanças massivas de homens, mulheres e crianças”.

— A pergunta que eu faço ao Irã e e à Rússia é que nação quer estar associada a um regime que mata mulheres, crianças e homens de forma massiva? Em 2013 Putin prometeu ao mundo que iria acabar com os ataques químicos na Síria e fracassou. Talvez possamos agir junto com a Rússia.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, em um comunicado, disse que o objetivo da ofensiva não é interromper a guerra civil que entrou em seu oitavo ano na Síria nem derrubar o regime de Assad. Segundo ela, é um ataque limitado, com a intenção de poupar a população civil. Logo em seguida, o presidente da França, Emmanuel Macron, disse que era uma ofensiva restrita ao “arsenal químico clandestino” da Síria.

Logo depois do anúncio de Trump, seis explosões foram ouvidas em Damasco. O ataque acontece a partir de navios e aviões de combate, que no entanto não entram no espaço aéreo sírio, segundo a emissora CNN. Segundo a agência Reuters, foram usados mísseis de longo alcance Tomahawk.

Com a repressão sérvia contra os separatistas albaneses na província de Kosovo, a Otan fez bombardeios sem autorização da ONU em 1999 e forçou a Sérvia, aliada russa, a se retirar. Moscou congelou a cooperação com a Otan. A tensão renasceu com a independência do Kosovo (2008), não reconhecida por Moscou.

A TV estatal síria disse que as defesas aéreas do país estavam reagindo ao ataque. Outra testemunha, citada pela agência Reuters, disse que um dos locais atacados foi o distrito de Barzah, onde fica um centro de pesquisa científica. O Observatório Sírio de Direitos Humanos, ONG de monitoramento da guerra baseada em Londres, disse que três centros de pesquisa científica foram atingidos no ataque, dois em Damasco e um Homs. Além disso, teriam sido atingidas bases de unidades de elite das Forças Armadas sírias, como a Guarda Republicana e a 4ª Divisão.

O chefe do Comando Conjunto dos EUA, general Joe Dunford, disse que os alvos foram escolhidos de modo a “reduzir o risco de envolver as forças russas” que apoiam militarmente Assad.

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