A Airbnb, plataforma de alugueis por temporada, foi acusada na França por racismo. A acusação é de que a empresa estaria recusando clientes que tenham nomes estrangeiros, em especial o árabe.

Clientes que tentaram utilizar a plataforma para alugar apartamento, na grande maioria árabes, divulgaram em suas redes sociais casos de discriminação em que tiveram propostas recusadas por causa do nome ou sobrenome.

Ao jornal local “Le Monde”, a cliente Djamila Cariou, disse que pretendia passar as férias em Toulouse, na França, e ao buscar apartamento para o período de férias, foi recusada. A dona do apartamento alegou que eram necessárias mais pessoas anexadas ao cadastro para o aceite do contrato, contudo, mesmo adicionando novos hóspedes a proprietária recusou a contratação com Djamila.

A filha de Djamila, Farah, pediu para uma amiga de nome ‘Isabella’, tentar fazer a mesma proposta pelo apartamento, com datas, valores e quantidade de pessoas iguais. Para sua surpresa, a amiga teve a proposta aceita.

Outros franceses dizem ter passado por casos semelhantes de racismo. O humorista Jhon Rachid disse que é mais fácil conseguir alugar com nomes mais simples. “A única vez em que consegui alugar um apartamento no Airbnb foi através de um amigo que tem uma alcunha mais… suave”.

Nas redes sociais, as vítimas exigem retratação ou, pelo menos, um posicionamento a respeito por parte da Airbnb. O secretário geral da associação SOS Racismo,Hermann Ebongue, afirmou ao jornal Le Monde que existem inúmeras denúncias no mesmo sentido. “Estamos cientes dessas práticas, temos muitas denúncias. As plataformas precisam se concentrar sobre esse assunto de maneira mais séria”, afirmou.

Recusar bem ou serviço a qualquer pessoa em razão da etnia é considerado crime na França, e a pena é de três anos de prisão mais multa. Entretanto, os casos ainda serão analisados para ver se a empresa tem responsabilidade sobre os atos dos usuários, uma vez que os proprietários dos imóveis possuem contato com os contratantes e têm liberdade de recusá-los.

A empresa de alugueis Airbnb pode ser considerada cúmplice dos usuários proprietários pela discriminação. O advogado de defesa do consumidor Jacques Toubon afirmou que “o autor principal da discriminação é o proprietário. Mas aquele que contribui ao aluguel oferecendo um serviço ao proprietário é cúmplice porque a discriminação ocorre com sua ajuda”.