Putin sanciona lei que despenaliza violência doméstica na Rússia
Agressões sem hematomas não serão consideradas crimes
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Agressões sem hematomas não serão consideradas crimes
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, promulgou nesta terça-feira (7) uma polêmica lei que despenaliza a violência doméstica, sempre que o agressor não seja reincidente dentro do prazo de um ano, um projeto que foi muito criticado por ativistas de direitos humanos.
Segundo a nova lei, as agressões que causam dor física, mas não lesões, e deixam hematomas, arranhões e ferimentos superficiais na vítima não serão consideradas um crime, mas uma falta administrativa.
Só quando a pessoa voltar a agredir o mesmo familiar no prazo de um ano poderá ser processado pela via penal e punido com prisão, sempre e quando o agredido conseguir comprovar os fatos, porque a Justiça não atuará de ofício nesses casos.
De acordo com os especialistas em violência de gênero, 90% dos denunciantes na Rússia não comparecem aos tribunais porque o procedimento é muito embaraçoso.
Os autores da iniciativa – duas deputadas e duas senadoras do partido Rússia Unida, ao qual pertence o presidente Putin – argumentam que apenas querem descriminalizar as agressões que não causam danos à saúde das vítimas.
“A descarada ingerência na família” por parte da Justiça “é intolerável”, disse Putin no final de 2016, em sua entrevista coletiva anual, ao responder a uma ativista que lhe perguntou sobre a conveniência de acabar com uma lei que permite “encarcerar um pai por alguns tapas que a criança tenha merecido”.
Diante das fortes críticas que a lei despertou na Rússia e no exterior, o Kremlin afirmou que as pessoas não devem confundir conflitos familiares com violência doméstica.
“É preciso diferenciar claramente as relações familiares dos casos de reincidência. Se você ler o projeto de lei, se dará conta que os casos de reincidência acarretam sim em responsabilidade” penal, disse Dmitri Peskov, o porta-voz do Kremlin.
O presidente da Duma, Viacheslav Volodin, considerou inaceitáveis as pressões por parte do Conselho da Europa, que se dirigiu por escrito a ambas as câmaras do parlamento russo para expressar sua preocupação.
Os defensores da lei consideram que o processo administrativo acelera os trâmites na hora de realizar uma denúncia e, ao mesmo tempo, não impede o agressor de tentar reconstruir sua vida, já que a lei não o desabilita para exercer qualquer profissão.
Além disso, em caso de reincidência no âmbito familiar, o agressor não ficará livre de uma punição criminal, independentemente das circunstâncias da agressão.
De acordo com as pesquisas, quase 60% dos russos apoiam uma redução da punição para conflitos menores no âmbito familiar.
Entre 12 e 14 mil mulheres morrem todos os anos agredidas por seus companheiros na Rússia, segundo dados divulgados pelo Ministério do Interior do país em 2008, enquanto outras fontes falam que uma mulher morre a cada 40 minutos vítima da violência de gênero no país.
Notícias mais lidas agora
- Corpo de homem desaparecido é encontrado em rio no interior de MS
- Motorista de aplicativo esfaqueia cliente após briga por cancelamento de corrida em Campo Grande
- Empresário vítima de infarto aos 36 anos fazia uso de anabolizantes esporadicamente, diz irmão
- Idosa é presa e comparsa foge após tentar abrir conta com documentos falsos em agência bancária
Últimas Notícias
Lei sancionada: Iguatemi terá receita de R$ 134 milhões para 2025
Este valor está distribuído entre o Orçamento Fiscal e o Orçamento da Seguridade Social
VÍDEO: Campo-grandenses são trolados no Centro em época de compras para o Natal
Que maldade? Influencer que produz conteúdo de humor pregou peça em moradores que estão em busca de presentes na rua 14 de Julho
Caminhoneiro fica gravemente ferido após batida entre carretas na MS-306 em Costa Rica
O estado de saúde do motorista encaminhado ao hospital não foi divulgado.
Faltando 4 dias para o Natal, rodoviária de Campo Grande deve ter movimentação de 48 mil passageiros
A cidade de Corumbá está entre um dos destinos mais procurado
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.