Procurador recebeu aviso de que estava na mira do grupo via rádio

“Hoje, o PCC é a maior ameaça à segurança no Paraguai”. É assim que o procurador paraguaio Hugo Volpe classifica o tamanho da ameaça da facção criminosa ao país que faz fronteira com Mato Grosso do Sul. Ele é um dos principais investigadores sobre a atuação do PCC no Paraguai.

Um dos exemplos da força do grupo, diz Volpe, é o roubo à empresa Prosegur em Ciudad d’Leste, considerado o maior roubo do país. O crime ocorreu em abril deste ano. “Há indícios fortes de que houve gente do PCC nisso”, diz o procurador em entrevista ao Portal UOL.

Por conta de seus trabalhos, Volpe está jurado de morte. Há duas semanas, um suposto membro do PCC ligou para um programa de rádio da cidade paraguaia de Amambay, que faz fronteira com municípios como Amambaí e Ponta Porã, e avisou que o procurador estava na mira do grupo. 

“Dá um alô para ele, que estão perseguindo a turma do PCC. Avisa ele que ele está na mira de uma ponto 50”, disse o suposto membro do grupo, que até o momento não foi identificado. Desde então, Volpe não anda nas ruas sem a presença constante de guarda-costas.Procurador jurado de morte diz que PCC é maior ameaça ao Paraguai

“Não tem jeito. Quando se trabalha com isso, é o preço a pagar”, diz. Ele conta que há dez meses só anda com seguranças pelo Paraguai. “Só me livro deles quando viajo para fora do Paraguai”, conta o procurador, que está em viagem pelo Brasil.

Ele afirma que o PCC está se multiplicando nos presídios do Paraguai, em um processo semelhante ao que ocorreu já no Brasil. “A preocupação com isso é muito grande no governo paraguaio”, diz o procurador.