Polícia Federal já havia acionado a Interpol 

O empresário José Carlos dos Reis Lavouras, dono de empresas de ônibus no Rio, foi preso na noite desta sexta-feira em Portugal. Ele teve a prisão decretada pelo juiz Marcelo Bretas na última segunda-feira, dia da deflagração da Operação Ponto Final, e estava foragido desde então. A Polícia Federal já havia acionado a Interpol para tentar encontrar o empresário no país europeu.'Ponto Final': Empresário de ônibus é preso em Portugal

Lavouras é a última das 12 pessoas que tiveram a prisão decretada a ser detida. Junto de Jacob Barata Filho, ele comandou a Fetranspor nas últimas décadas, e foi apontado pelo doleiro e delator Álvaro José Novis como o responsável pela articulação do pagamento de propinas a autoridades do Estado do Rio. Conforme as investigações do Ministério Público Federal, a Fetranspor pagou, apenas entre 2010 e 2016, cerca de R$ 500 milhões em propina no Rio.

Deste total, cerca de R$ 260 milhões tiveram os destinatários revelados. O ex-governador Sérgio Cabral teria recebido R$ 122 milhões. O próprio Lavouras embolsou, segundo os procuradores, R$ 40 milhões saídos do caixa da Fetranspor para irrigar o esquema.

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Lavouras tem dupla cidadania, brasileira e portuguesa, e estava com volta prevista para o Brasil para este sábado.

Jacob Barata Filho e Marcelo Traça Gonçalves são os outros dois empresários de ônibus presos desde segunda-feira. Lélis Teixeira, diretor-presidente da Fetranspor, também está preso, assim como Rogério Onofre, ex-presidente do Detro-RJ, órgão do governo estadual responsável por fiscalizar as empresas de ônibus.

Nesta sexta-feira, foi presa em Curitiba a mulher de Rogério Onofre, acusada de atrapalhar as investigações e de tentar recuperar dólares investidos no exterior.