Mulher suspeita de participar da morte do irmão de Kim Jong-un é presa
Coreia do Sul e EUA acreditam que as assassinas são norte-coreanas
Uma mulher com passaporte vietnamita foi detida por suspeita de envolvimento na morto do irmão do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, na manhã desta quarta-feira (13).
A mulher identificada como Doan Thi Houng, de 29 anos, foi detida por volta das 9 horas (horário local) pela polícia local. Segundo as autoridades, acredita-se que ela estava no aeroporto para pegar um voo para o Vietnã.
“A suspeita foi identificada positivamente com base nas câmeras de segurança do aeroporto. Ela estava sozinha no momento da prisão”, disse Tan Sri Khalid Abu Bakar, inspetor-geral da polícia da Malásia.
A polícia da Malásia havia divulgado mais cedo uma imagem de uma das duas mulheres suspeitas de assasinar em Kuala Lumpur, o norte-coreano identificado com Kim Chol, mas que segundo fontes ligada ao governo da Coreia do Sul, poderia se tratar de Kim Jong-nam, irmão de Kim Jong-un.
Câmeras de segurança do Terminal 2 do Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur, mostram uma mulher com feições asiáticas, pele clara e cabelo longo, vistida com uma camisa branca e saia azul, antes de entrar em um táxi.
Segundo as autoridades, ela é uma das mulheres que supostamente atacaram a vítima na saída do aeroporto, pulverizando em seu rosto um produto químico, embora alguns veículos de imprensa afirmaram que lhe injetaram um veneno.
O inspetor-geral adjunto da polícia, Tan Sri Noor Rashid Ibrahim afirmou que a suspeita detida é a mesma da foto. “Nós a reconhecemos pela imagem e a prendemos. Ela foi encaminhada à sede da polícia para ser interrogada”, disse.
O corpo do norte-coreano foi transferido nesta manhã em uma ambulância escoltada por várias viaturas da polícia até o Hospital Geral de Kuala Lumpur, onde os legistas determinarão a causa da morte e a identidade do falecido, segundo o jornal local “The Star”.
Pelo menos três carros com matrículas oficiais pertencentes à embaixada da Coreia do Norte no país estão estacionados no hospital.
O inspetor geral da polícia da Malásia, Khalid Abu Bakar, disse no último comunicado emitido para os veículos de imprensa que segundo a documentação do morto, vítima se chama Kim Chol e nasceu em Pyongyang, em junho de 1970.
O norte-coreano morreu na segunda-feira (13) enquanto era levado para um hospital de Putrajaya, capital administrativa do país, após passar mal e antes de embarcar em um avião com destino a Macau, desde onde tinha chegado no último dia 6.
O primeiro-ministro sul-coreano e presidente interino, Hwang Kyo-ahn, classificou a morte de “brutal e desumana”, durante seu discurso em reunião de emergência convocada hoje pelo Executivo.
O porta-voz do Ministério da Unificação da Coreia do Sul, Jeong Joon-hee, afirmou por sua vez que Seul está convencida que a vítima é o irmão mais velho do líder norte-coreano.
Coreia do Sul e EUA
Nesta quarta-feira (15), parlamentares sul-coreanos disseram em Seul que a agência de espionagem da Coreia do Sul suspeita que duas agentes da Coreia do Norte assassinaram Kim Jong-nam.
Fontes do governo dos Estados Unidos também disseram à Reuters que acreditam que assassinas norte-coreanas mataram Kim Jong-nam, que havia se afastado de Jong Un.
Segundo eles, a agência disse que o jovem e imprevisível líder norte-coreano emitiu uma “ordem permanente” para o assassinato de seu meio irmão e que houve uma tentativa fracassada em 2012.
De acordo com a agência de espionagem sul-coreana, Kim Jong-nam estava morando, com proteção de Pequim, com sua segunda esposa no território chinês de Macau, disseram os parlamentares. Um deles disse que Jong Nam também tinha uma esposa e um filho na capital da China.
Kim Jong-nam, de 45 anos, foi considerado como o melhor posicionado para substituir a seu pai até cair em desgraça com a virada do século, e desde então acredita-se que residia principalmente entre Hong Kong, Macau e Pequim sem ocupar nenhum cargo oficial no regime norte-coreano.
O primogênito do antigo ditador perdeu definitivamente a preferência do pai quando em 2001 foi detido em um aeroporto de Tóquio com um passaporte dominicano falso que pretendia usar para entrar no Japão e supostamente visitar o parque Disneylândia.
Fruto da relação entre o ditador e atriz Song Hye-rim, Kim Jong-nam atraiu a atenção nos últimos anos com suas críticas contra as políticas do regime norte-coreano e seu sistema de sucessão, expressadas através de sua correspondência com um jornalista japonês, disse uma televisão do mesmo país.