Museu reabriu neste sábado (4)

Turistas retornaram neste sábado ao Museu do Louvre, 24 horas depois de um ataque com facão a uma patrulha militar realizado por um homem, supostamente egípcio, que saiu do estado crítico, após ser ferido.

O suspeito, que seria um egípcio de 29 anos residente nos Emirados Árabes, foi baleado na barriga por um soldado. Ele não corre risco de vida, mas permanece entubado e não pode ser interrogado, indicou uma fonte ligada ao caso. As autoridades decidiram decretar sua detenção no hospital, para que possa ser interrogado posteriormente.

O Egito condenou hoje o ataque: “O governo e o povo egípcios estão com o governo e o povo franceses contra o terrorismo”, diz um comunicado da chancelaria egípcia. “O Egito condena o ataque terrorista e pede à comunidade internacional que multiplique seus esforços na luta contra o perigoso fenômeno do terrorismo”, acrescenta o texto, que não faz alusão à suposta nacionalidade egípcia do autor do ataque no Louvre.

O museu permaneceu fechado ontem, e reabriu às 8h30 deste sábado, com vários turistas aguardando na porta. No Carrossel do Louvre, centro comercial subterrâneo que dá acesso ao museu e onde aconteceu o ataque, havia duas longas filas de turistas, a maioria chineses. Uma de suas entradas, no entanto, permanecia fechada.

Policiais armados com fuzis faziam patrulha entre os turistas, que passavam por um controle de segurança no acesso ao centro comercial. “Na Turquia, estamos acostumados às medidas de segurança”, comentou o turista Ali Tali, 40, acompanhado de sua mulher. Ele estava no centro comercial no momento do ataque, e não mostrava preocupação hoje.

Em outra entrada do museu, na praça onde fica a conhecida pirâmide de vidro, outra visitante, a russa Elena Lordugen, 28, que mora na Alemanha, tinha outra reação: “Estou muito preocupada, mas como não pude vir ontem, decidi retornar”.

‘Ataque terrorista’

Por volta das 8h50 GMT desta sexta-feira, um homem portando dois facões de 40 centímetros avançou contra uma patrulha de quatro militares, gritando “Alá é o maior!”. Ele feriu levemente na cabeça um dos militares, e, em seguida, lançou-se sobre outro, que caiu no chão, informou o procurador de Paris, François Molins. Um dos soldados tentou deter o agressor sem usar a arma, mas acabou efetuando quatro disparos.

Os investigadores tentam confirmar a identidade do homem, que não tinha ficha na polícia. A análise de seu celular, dos registros europeus de vistos, bem como o registro de um apartamento no VIII distrito de Paris, parecem indicar que o homem é um egípcio de 29 anos residente nos Emirados Árabes, que entrou legalmente na França em 26 de janeiro, em um voo procedente de Dubai, indicou Molins ontem.

Embora os motivos do ataque sejam desconhecidos, o presidente francês, François Hollande, disse não ter dúvida de que se tratou de um ato “de caráter terrorista”.