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Entenda acusação de crimes sexuais contra cardeal conselheiro do Papa

 Crimes sexuais supostamente cometidos na década de 70
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 Crimes sexuais supostamente cometidos na década de 70

Indiciado por crimes sexuais, o cardeal australiano George Pell, prefeito da Secretaria de Economia do Vaticano, é pivô de um escândalo que pode abalar o discurso de combate aos abusos na Igreja que marca o Pontificado de Jorge Bergoglio.   Entenda acusação de crimes sexuais contra cardeal conselheiro do Papa

Tido como um dos principais conselheiros do Papa, principalmente em matéria financeira, Pell, 76 anos, é acusado pela Polícia do Estado de Vitória, na Austrália, de crimes sexuais supostamente cometidos na década de 1970, quando ele era padre no país.   

E não se sabe muito mais do que isso. As autoridades ainda não forneceram informações detalhadas sobre as denúncias contra o cardeal e sequer especificaram se o caso envolve abusos contra menores de idade. Mas Pell já estava na mira havia tempos.   

Ao longo dos últimos anos, o religioso foi interrogado em diversas ocasiões pela Polícia australiana, que investigava denúncias de que Pell agira para proteger padres pedófilos entre as décadas de 1970 e 1980, quando ocupava postos de destaque nas dioceses de Melbourne e Ballarat.   

Um desses sacerdotes era Gerald Ridsdale, transferido de paróquia em paróquia e, mais tarde, condenado pela Justiça por 138 episódios de abuso sexual contra 53 menores de idade. Nesse período, o Papa ouviu pedidos para remover Pell de seus encargos no Vaticano, mas a postura do Pontífice sempre foi de esperar a conclusão das investigações. Até que veio o indiciamento.   

Não se sabe até que ponto as acusações comprometem o cardeal, mas ele ganhou autorização de Francisco para se afastar temporariamente da Secretaria de Economia, viajar à Austrália e se defender.   

A primeira audiência do processo, que tramita em um tribunal de Melbourne, foi no dia 26 de julho, e a próxima está marcada para 6 de outubro. Pell nega qualquer envolvimento em delitos do tipo.   

Aumentando a aura de mistério em torno do caso, a editora Melbourne University Press até retirou das lojas do estado de Vitória um livro de Louise Milligan sobre as denúncias contra o religioso australiano.   

Chamada “Cardeal: A ascensão e a queda de George Pell”, a obra detalha acusações contra ele, mas a editora decidiu removê-la do mercado para não “atrapalhar” o processo. Como um dos “homens-fortes” do Vaticano, Pell coloca à prova as ações antipedofilia de Francisco, que sofreram baixas nos últimos meses.   

Em março passado, a irlandesa Marie Collins, vítima de abusos por parte de padres, renunciou a seu cargo na Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores, órgão instituído pelo Papa justamente para combater a pedofilia na Igreja. Ela seguiu o exemplo do britânico Peter Saunders, vítima de abuso que, um ano antes, tomara a mesma atitude.   

Atualmente, o Vaticano recebe cerca de 600 denúncias de pedofilia por ano, mas nenhuma contra um prelado de tamanha importância na estrutura da Santa Sé. Conservador e adepto de um estilo de vida mais luxuoso do que de seus pares, Pell é o “homem do dinheiro” na Cúria e recebeu a função de reestruturar suas finanças, envolvidas em escândalos de lavagem de dinheiro.   

Se o processo contra o cardeal prosseguir, Francisco pode ter de lidar não apenas com um dano inestimável à imagem da Igreja, mas também com uma das maiores crises de seu Pontificado. 

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