Casal é retirado de voo após fazer insultos a passageiros

Um voo da United Airlines 

Dois passageiros, um homem e uma mulher, foram retirados recentemente de um voo da United Airlines que ia de Chicago (Illinois) para Houston (Texas), nos EUA. O homem teria feito comentários ofensivos contra outros passageiros.

Um vídeo que mostra momentos do episódio vem circulando pela internet desde então e repercutiu nos principais noticiários dos Estados Unidos, como o jornal The Washington Post (WaPO) e o site de notícias Huffington Post.

Em seguida, o homem continuou proferindo ofensas. À uma mulher que viajava com seu namorado, que é de descendência indiana, disse que todos os imigrantes ilegais e estrangeiros deveriam ir embora do país.

Minutos depois, um membro da tripulação se aproximou pedindo que ele e sua acompanhante o seguissem para fora da aeronave. Sob vaias e aplausos de outros passageiros, a dupla deixou o local. “Tchau, racistas”, disse a moça que filmava o incidente. “Essa não é a America de Donald Trump”, acrescentou ela.

De acordo com um porta-voz da United Airlines, entrevistado pelo WaPO, os dois passageiros retirados disseram compreender a razão pela qual tiveram de abandonar o voo e foram alocados em uma aeronave que decolou em seguida.

“Retiramos dois passageiros que fizeram outros se sentirem desconfortáveis por seus comentários inapropriados”, disse ele. Ainda conforme o mesmo porta-voz, retirar passageiros de um voo é algo raro, mas a empresa aérea está disposta a fazê-lo sempre que necessário para oferecer um “ambiente seguro” aos clientes.
Situações cada vez mais recorrentes nos EUA

Desde o início da corrida eleitoral em 2015 até o momento, autoridades americanas notaram um aumento nas taxas de crimes de ódio no país, especialmente contra muçulmanos.

Segundo uma reportagem do jornal The New York Times, que avaliou um estudo produzido pelo FBI, apenas em 2015, quase 6 mil crimes deste tipo foram registrados nos EUA, 6% a mais que o observado em 2014. 59% desses casos foram motivados pela “raça, etnia ou descendência” da vítima, enquanto 18% dos incidentes focaram-se na orientação sexual delas.

Na semana das eleições (9 de novembro de 2016), informou a publicação, organizações de defesa de direitos humanos denunciaram dezenas de ataques verbais e físicos contra minorias raciais.