Ataque dos EUA na Síria foi ‘compreensível’, segundo países do sul da UE

EUA lançou 59 mísseis em resposta ao ataque com armas químicas

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

EUA lançou 59 mísseis em resposta ao ataque com armas químicas

O bombardeio americano contra uma base do governo sírio foi “compreensível”, depois do ataque com armas químicas de 4 de abril contra civis, afirmaram nesta segunda-feira, em Madri, os sete países do sul da União Europeia (UE).

Segundo a declaração conjunta adotada por seus respectivos líderes, o ataque americano de sexta-feira contra a base de Shayrat “tinha a intenção compreensível de impedir e evitar a distribuição e o uso de armas químicas, e se focou nesse objetivo”.

O texto acrescenta que “o uso reiterado de armas químicas na Síria, tanto por parte do regime de Assad desde 2013, como por parte do Daesh [acrônimo em árabe do grupo Estado Islâmico] constituem crimes de guerra”.

“Era muito importante que houvesse uma resposta. Esta resposta veio dos EUA, e nós entendemos”, afirmou o presidente francês, François Hollande, em um encontro com a imprensa ao lado de seus seis colegas. “Não se pode tolerar o uso de armas químicas”, enfatizou.

A nível estratégico, continuou, deve-se avançar “até uma transição política, que leve os russos a não acharem que podem determinar sozinhos o futuro deste país junto com o Irã”, outro grande apoiador de Damasco, disse.

Os líderes de Espanha, França, Itália, Grécia, Portugal, Malta e Chipre, reunidos nesta segunda-feira em Madri, apoiaram assim a decisão da administração de Donald Trump de atacar essa base com 59 mísseis.

Washington agiu dessa forma depois de acusar o governo sírio de planejar o massacre, no qual morreram mais de 80 civis em Khan Sheikhun, no noroeste da Síria. A operação supôs um giro na estratégia americana com relação à Síria, que até este momento não havia atacado objetivos do governo de Assad.

O assunto também será abordado nesta segunda e terça-feira na Itália em uma reunião de chanceleres do G7, um fórum em que participarão Estados Unidos, Japão, Canadá, Alemanha, Reino Unido, França e Itália.

– Preocupados com o Brexit –

Após duas reuniões com o mesmo formato em setembro em Atenas e em janeiro em Lisboa, o anfitrião desta vez foi o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, no palácio de El Pardo, nos arredores de Madri.

Lá, ele recebeu Hollande, o presidente do Chipre, Nicos Anastasiadis, e os chefes de governo de Portugal (Antonio Costa), Itália (Paolo Gentiloni), Grécia (Alexis Tsipras) e Malta (Joseph Muscat).

Os grandes temas do almoço de trabalho que mantiveram foram o Brexit e a integração europeia, na qual iremos “manter a nossa fé”, disse Tsipras.

Duas semanas depois de Londres ativar o processo de saída da UE, o primeiro-ministro maltês advertiu que “uma das primeiras coisas que precisamos solucionar” são as condições dos europeus residentes no Reino Unido e dos britânicos que continuam vivendo no bloco dos 27.

“Não se pode utilizar as pessoas como moeda de troca”, disse Muscat, cujo país desempenha a presidência rotativa da UE.

Gentiloni apontou que a reunião serviu para “coordenar nossa posição diante da cúpula” europeia de 29 de abril em Bruxelas, onde traçarão as linhas da negociação entre Londres e Bruxelas.

Rajoy reiterou que esta linha de negociação entre o Reino Unido e o bloco “primeiro negociará a retirada e depois falará da relação futura”, com o objetivo de que “isto termine com a melhor relação possível entre a UE e o Reino Unido”.

Vários líderes concordaram com a necessidade de apoiar o crescimento econômico, para que “os números positivos [a nível macroeconômico] respondam aos sucessos no plano social”, afirmou Gentiloni.

Conteúdos relacionados

ucrania