Governo suspeita de grupo curdo

Em menos de 24 horas, rebeldes curdos realizaram três ataques nas cidades de Elazig, Van e Bilits, nesta quarta-feira (17). Ao menos 10 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas. De acordo com a rede portuguesa RTP, os dois primeiros atentados foram contra sedes da polícia, enquanto o último foi contra um veículo do Exército.

Até o momento, nenhum grupo reivindicou a autoria dos ataques, mas as autoridades turcas atribuem os incidentes ao grupo PKK, uma organização terrorista que defende a independência curda. A agência Andalou, ligada ao governo turco, afirma que a bomba em Bilits foi colocada na estrada da região por militantes do grupo.

A região sudoeste da tem sido palco de diversos ataques realizados pelo PKK. A cidade de Van, uma das que sofreram os atentados de quarta, é habitada por uma grande quantidade de curdos. Elazig, outro alvo, é a primeira província com poucos curdos a registrar supostas ações do movimento. Ela é considerada um foco de nacionalistas e conservadores turcos.

A agência francesa AFP lembra que os últimos ataques ocorrem depois de semanas de trégua na região, com abrandamento dos atentados do PKK. Uma fonte ligada ao governo local, ouvida pelo veículo, diz que é “evidente o aproveitamento que o PKK pretende fazer da atual atmosfera que se vive na Turquia”, referindo-se à crise política após a tentativa frustrada de golpe contra o presidente Recepp Erdogan.

O governo tem realizado diversas investidas militares em combate aos rebeldes curdos. O PKK é considerado grupo terrorista por diversos países e entidades, como a própria Turquia, os Estados Unidos e a União Europeia. Mais de 400 civis já morreram no conflito entre forças leais a Erdogan e o grupo guerrilheiro, de acordo com dados de organizações humanitárias.