Documentos possuem informações “avassaladoras”
A Justiça da Suíça autorizou no último dia 5 de outubro o envio de mais de 2 mil páginas de extratos bancários, ordens de pagamentos e dados de contas da Odebrecht ao Brasil, para auxiliar nos trabalhos da Operação Lava-Jato. O anúncio do envio só foi feito nesta quarta-feira (19).
Os advogados da Odebrecht entraram com um recurso contra o envio dos papéis, mas o Ministério Público Suíço alegou que “a Corte Federal de Lausanne [que julgou o pedido de envio] declarou que a objeção não era permitida”.
Esta é a segunda vez que a Odebrecht tenta impedir o acesso da força-tarefa da Operação Lava-Jato aos documentos suíços. No início do ano, o Ministério Público local já tinha decidido passar as informações ao Brasil.
Na ocasião, os advogados da empreiteira entraram com recurso, alegando que o envio das informações aos promotores brasileiros era “ilegal” e abusivo”. Com o recurso, o Ministério Público Suíço se viu obrigado a reformular o pedido.
Segundo o portal de notícias UOL, os documentos contém revelações “avassaladoras”. Das mais de 2 mil páginas, pelo menos 150 fazem referência a abertura de contas, destinadas ao depósito de propinas.
O restante dos documentos apresenta extratos, ordens de pagamentos, transferências e procedimentos bancários de empresas de fachada, utilizadas pela construtora. A partir dos documentos, novos beneficiários ainda não citados na Operação Lava-Jato devem aparecer, segundo o Portal UOL.
Segundo a reportagem, quatro empresas de fachada foram utilizados nessas transações suspeitas e aparecem nos documentos. A rede de contas e empresas de fachada revelaria quem recebeu propina da Odebrecht, usando os fundos falsos.
Os documentos devem ser usados pelo juiz Sergio Moro, em Curitiba. Além de Marcelo Odebrecht, dezenas de nomes ainda não revelados deverão ser afetados pelas provas, segundo fontes do Portal UOL.