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População da Colômbia rejeita acordo de paz com as Farc

6.429.730 votos
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Contrariando as expectativas, a população da Colômbia rejeitou o acordo de paz entre o governo e as (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em um plebiscito no domingo (2).

Com 99,8% das urnas apuradas, o “não” obteve 6.429.730 votos, que equivalem a 50,23% do total, enquanto o “sim”, que começou liderando a apuração, alcançou 6.370.274, que representam 49,76%, de acordo com o Registro Nacional do Estado Civil.

As pesquisas antes da votação indicavam que o “sim” ganharia com relativa tranquilidade. Uma consulta do instituto de pesquisas Datexco feita para o jornal “El Tiempo”, de Bogotá, e a emissora W Radio, com 2.019 pessoas, apontava que o “sim” liderava com 59,5% dos entrevistados dizendo que são a favor do acordo, enquanto 33,2% afirmavam se inclinar pelo “Não”. Outros 4,7% se diziam indecisos e 2,6% não opinaram.

Apesar da rejeição, os dois lados envolvidos reiteraram a disposição de manter a paz. Em Havana, o líder das negociações pelas Farc, Rodrigo Londoño Echeverri, mais conhecido como Timochenko, disse pouco depois da divulgação do resultado que “as Farc mantêm sua vontade de paz e reiteram sua disposição de usar somente a palavra como arma de construção para o futuro”. Ele afirmou ainda que “com o resultado de hoje, sabemos que nosso desafio como movimento político é maior e requer que sejamos mais fortes para construir uma paz estável e duradoura”.

Timochenko encerrou sua declaração com uma mensagem positiva, dizendo que “ao povo colombiano que sonha com a paz, que conte conosco. A paz triunfará”.

Já o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse respeitar a “decisão democrática” e afirmou que “buscará a paz até o último minuto” de seu mandato. Em um pronunciamento à população, ele acrescentou que “o cesar fogo e de hostilidades bilateral e definitivo segue vigente e assim continuará”.

Ele informou ainda que os chefes da negociação regressarão a Cuba já na segunda-feira e voltarão a dialogar com os representantes das Farc.

De acordo com especialistas ouvidos pelo “El Tiempo”, a decisão final sobre a manutenção da paz recairia sobre as mãos da Farc, que não parece disposta a retomar o confronto. Além de já ter entregue armas, a organização também anunciou a decisão de compensar financeiramente suas vítimas e mantém sua decisão de seguir sua luta politicamente, através de um partido legalmente constituido.

A Anistia Internacional lamentou o resultado do plebiscito. “Hoje entra para a história como o dia em que a Colômbia deu as costas ao que poderia ter sido o fim de um longo conflito de 50 anos, que devastou milhões de vidas”, disse Erika Guevara-Rosas, diretora para as Américas da AI, segundo a agência EFE.

Acordo histórico

O acordo de paz foi assinado em Havana no dia 26 de setembro, após quase quatro anos de negociação, e colocou fim a um conflito de 52 anos, que deixou mais de 220 mil mortos. O acordo foi considerado histórico, após fracassos em três governos anteriores.

Após a assinatura, a União Europeia retirou as Farc de sua lista de organizações terroristas e os EUA prometeram analisar a possibilidade de fazer o mesmo. A organização pretende se transformar em um partido político na Colômbia.

Pontos acordados em Havana

O pacto da Havana prevê acordos e compromissos em seis pontos: reforma rural, participação política dos ex-combatentes da guerrilha, cessar-fogo bilateral e definitivo, solução ao problema das drogas ilícitas, ressarcimento das vítimas e mecanismos de implementação e verificação.

O compromisso alcançado em Cuba estabelece que quem confessar seus crimes diante de um tribunal especial poderá evitar a prisão e receber penas alternativas. Se não for feito dessa forma e forem declarados culpados, serão condenados a penas de 8 a 20 anos de prisão.

Além disso, espera-se que as Farc iniciem seu desarme uma vez que sejam referendados os acordos em um prazo de seis meses contados a partir de sua concentração em 23 áreas e oito acampamentos na Colômbia.

Observadores desarmados da ONU, delegados das Farc e o governo verificarão o processo de abandono das armas, com as quais serão levantados três monumentos.

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