Possível renúncia acende debate sobre mulheres no trono

O imperador Akihito, que reina sobre o desde 1989, fez uma declaração, no último domingo (7), que deu a entender que o monarca pretende abdicar do trono. O chefe de Estado japonês disse que não se encontra mais em condições físicas para prosseguir suas funções.

O jornal The New York Times classificou as afirmações do soberano nipônico, de 82 anos, como “mensagem evidente” de que Akihito deve renunciar. “Como considero que minha saúde está gradualmente em declínio, estou receoso de que pode se tornar difícil, para mim, prosseguir em meus deveres como o símbolo do Estado com toda a dedicação, como tenho feito até agora”, disse o imperador em discurso de cerca de 10 minutos.

O periódico nova-iorquino lembra que, caso Akihito deixe o trono, a mudança redefiniria a linha sucessória da família real japonesa. A atitude pode reacender o debate sobre a ocupação do cargo por uma mulher, já que a primogênita é a princesa Aiko, mas a lei japonesa impõe que o imperador deve ser um homem.

A legislação do país não prevê abdicações e estabelece que um imperador deve servir até a morte. O Parlamento teria de mudar a lei, para que Akihito possa efetivar sua renúncia. A dinastia Yamato, da família do monarca, reina há cerca de 2.700 anos, sendo a casa real mais antiga em exercício, em todo o mundo.