Para ex-presidente, cubanos não têm como esquecer “anos de bloqueio”
O ex-presidente Fidel Castro publicou em diversos veículos oficiais da imprensa cubana um artigo intitulado Irmão Obama, em que afirma que Cuba não precisa que “o império” lhes presenteie com nada e que o país “não renunciará à glória, aos direitos e à riqueza espiritual que ganhou com o desenvolvimento da educação, da ciência e da cultura”.
Fidel faz no texto uma crítica ao discurso feito pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na última terça-feira (22) no Gran Teatro, em Havana. Obama teria falado em favor de “esquecer o passado e viver o futuro”, ao que Castro rebate dizendo que os cubanos correram um “risco de infarto” ao ouvir essas palavras e imaginarem-se ao lado de norte-americanos como “amigos, família e vizinhos”.
“Após um bloqueio impiedoso que durou quase 60 anos e diante dos que morreram nos ataques mercenários às embarcações e portos cubanos, além de invasões mercenárias, múltiplos atos de violência e de força?”, pergunta Fidel.
O ex-presidente adverte que Obama deve “refletir e não teorizar a respeito da política cubana”. Castro relembra em seu texto de diversos momentos na história em que os dois países confrontaram-se por conta da política estadunidense, incluindo a Invasão da Baía dos Porcos, em 1961. O cubano está afastado do poder desde 2006.
Com acompanhamento de Wendell Reis
