Ahmad Al Mahdim destruiu patrimônio da Unesco

O ex-terrorista malinês Ahmad Al Faqi Al Mahdim, acusado de autoria da destruição de mausoléus de Tombouctou, considerados patrimônios da humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), assumiu a culpa diante do Tribunal Penal Internacional, em Haia, na Holanda.

De acordo com a rede francesa RFI, é a primeira vez que um réu confessa a autoria de um crime contra a humanidade, no Tribunal de Haia. Em seu julgamento, nesta segunda-feira (22), ele pediu perdão ao povo do Mali pelos ataques que promoveu.

“Peço perdão e peço que me vejam com um filho que se perdeu no caminho. Estou diante de vocês, cheio de remorsos e arrependimentos. Arrependo-me dos meus atos e tenho consciência de todo o mal que provoquei aos meus familiares, aos meus irmãos e à minha pátria, a República do Mali”, disse Al Mahdi.

Ele é acusado de dirigir ataques contra nove mausoléus e contra a porta da mesquita de Sidi Yahia, entre 30 de junho e 11 de julho de 2012. Na época, era membro do grupo jihadista Ansar Dine, braço da Al Qaeda na costa oeste da África.

A pena de Al Mahdi pode ir de nove a 11 anos de reclusão, de acordo com sua defesa, citada pela RFI. O ex-combatente jihadista alega que foi pressionado a participar da organização terrorista e de atentados, sob ameaças contra sua vida e sua família.