Grupo de Uganda é principal suspeito

Ao menos 64 pessoas morreram durante um ataque na cidade de Beni, na RDC (República Democrática do Congo), em suposto ataque de grupo rebelde. O crime ocorreu no último sábado (13), mas foi divulgado pelas autoridades locais no domingo (14). As buscas por corpos continuam e o número de vítimas pode ser maior.

O prefeito de Beni, Nyoni Bwanakawa, disse à rede catariana Al Jazeera que o ataque aconteceu no distrito de Rwangoma. O veículo árabe ouviu também um sobrevivente chamado Reagen Kyaviro, que deu detalhes de como percebeu o ataque.

“O homem que estava no front apontou a arma para mim. Quando tentei correr para casa, ele me deu uma coronhada no pescoço, me levantou pela camisa, fui forçado a fugir. Por sorte, não foram atrás de mim”, diz.

As autoridades da RDC afirmam que o atentado foi promovido pela organização ADF (Forças Democráticas Aliadas, na sigla em inglês), um grupo rebelde de Uganda que possui focos em território congolês.

O porta-voz das Forças Armadas da RDC, Mak Hazukay, declarou que os rebeldes têm ultrapassado a fronteira para massacrar a população em vingança por operações militares em seu país.

De acordo com ativistas ouvidos pela agência de notícias Reuters, mais de 500 civis foram assassinados em Beni desde outubro de 2014, a maioria em ataques durante a madrugada praticados por pessoas armadas com machadinhas e facões.

Foi o caso do incidente ocorrido neste fim de semana, conforme diz o presidente da Sociedade Civil de Beni, organização local de defesa dos direitos humanos, à agência AFP. Gilbert Kambale afirma que “mataram com golpes de facões e machadadas todas as pessoas que encontraram em seu caminho antes de entrar nas casas, onde havia muitos corpos”.