Primeiro presidente eleito democraticamente no país pode recorrer

Uma corte egípcia ratificou a sentença de morte do ex-presidente egípcio Mohamed Morsi nesta quinta-feira (16) pela fuga em uma prisão e incitação à violência. O Tribunal já havia condenado o islamita à prisão perpétua por “espionagem” a favor do movimento palestino Hamas, do Hezbollah libanês e do Irã.

O primeiro presidente eleito democraticamente no  pode recorrer da sentença. Ele já havia sido condenado a 20 anos de prisão em um julgamento pela violência contra os manifestantes durante seu curto mandato de um ano. Mursi é julgado em cinco processos.

Nesta terça-feira, a corte também confirmou as penas de morte para outros 16 acusados, incluindo dois líderes da Irmandade Muçulmana: o rico empresário Jairat al-Shater e Mohamed al-Beltagui.

Outras 16 pessoas, entre elas o guia supremo da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie, e o ex-presidente do Parlamento Saad al-Katatni, foram condenadas à prisão perpétua, que no Egito equivale a 25 anos de detenção. Dois réus foram condenados a sete anos de prisão.
O ex-presidente e os 34 coacusados foram declarados culpados de fornecer “relatórios de segurança” ao Irã, assim como de espionagem a favor do Hamas e do Hezbollah “para cometer ataques terroristas no país com o objetivo de espalhar o caos e derrubar o Estado”.

Desde que Morsi foi destituído pelo ex-comandante do exército e atual presidente Abdel Fatah al-Sissi, as forças de segurança lideram uma repressão contra seus partidários e pelo menos 1.400 manifestantes islamistas morreram no país. Mais de 40.000 foram detidos, segundo a organização Human Rights Watch.

Além disso, centenas de pessoas foram condenadas à morte em julgamentos sumários.

A repressão se ampliou aos movimentos laicos e de esquerda, que lideraram a revolta de 2011 que expulsou Hosni Mubarak do poder.