ONG informou que entre as vítimas há civis, incluindo crianças e adolescentes, e adeptos do regime

Os terroristas do Estado Islâmico deixaram ao menos 217 mortos desde o dia 16 de maio em Palmira, localizada ao leste da província síria de Homs, confirmou o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

A ONG informou que, entre as vítimas, há civis, incluindo crianças e adolescentes, e adeptos do regime, e que os jihadistas fizeram cerca de 600 prisioneiros, segundo notícia da agência espanhola EFE.

No domingo (24), a televisão síria, citando fontes locais, afirmou que o Estado Islâmico havia degolado 400 vítimas, a maioria crianças, mulheres e idosos, na cidade síria de Palmira, desde que tomou seu controle, na semana passada quarta-feira.

O Estado Islâmico domina mais da metade do território da Síria após ocupar Palmira, onde já teria começado a massacrar uma tribo rebelde e não enfrenta oposição. As informações são do site “The Guardian”.

“Não há forças para impedi-los [de entrar nas ruínas]”, disse Rami Abdurrahman, diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos. “Mas outro dado importante é que eles agora controlam 50% da Síria.”

Os terroristas tomaram Palmira na noite de quarta-feira (21) após cerco de uma semana que levou ao colapso das forças leais ao presidente Bashar al-Assad na região. Os militantes estão agora se aproximando das duas fortalezas do país, Homs e Damasco, e estão cortando as linhas de abastecimento para Deir Ezzor, no leste, que enfrenta uma repressão avassaladora dos insurgentes.

Ativistas locais disseram que os terroristas haviam imposto toque de recolher e estavam varrendo a cidade das forças remanescentes de Assad. O Estado Islâmico também matou membros da tribo Shaitat, que lutaram ao lado do regime de Assad em Palmira e também tentaram conter o grupo em Deir Ezzor, rebelião que deixou ao menos 800 mortos.

Mas significativamente, o grupo sunita controla vastas áreas da Síria, de Palmira a Raqqa e Deir Ezzor, uma área que o Observatório Sírio para os Direitos Humanos estima ser de 95 milquilômetros quadrados, ou mais de metade da massa de terra da Síria. Com a apreensão dos campos de gás de Arak e al-Hail perto de Palmyra, eles também controlam grande parte do fornecimento de eletricidade do país.

Os terroristas também ocupariam a vasta maioria de Raqqa, a maior parte de Deir Ezzor, partes de Hassakeh e da paisagem rural de Aleppo, deserto da Síria, bem como partes da zona rural Homs e o campo de refugiados de Yarmouk, no sul de Damasco.

A queda de Palmyra levanta questões sobre a capacidade e coesão das tropas restantes e milícias aliadas, cujo colapso rápido surpreendeu os observadores, dada sua proximidade aos cabos de alimentação bem como a importância estratégica.

A ocupação está em risco somente no norte do país, principalmente em Idlib, onde as tropas são apoiadas pela Arábia Saudita e Turquia, mas os moradores esperavam que as forças de Assad pudessem resistir ao cerco por mais tempo. Em vez disso, eles parecem estar recuando para o oeste do país.