Beato Joseph Vaz foi canonizado em missa para 500 mil pessoas

O canonizou nesta quarta-feira (14) o beato Joseph Vaz (1615-1711), nascido na Índia, mas morto no , onde viveu para defender os católicos de perseguições calvinistas. Dessa forma, Vaz se tornou o primeiro santo do Sri Lanka, país cuja minoria da população é católica. “A liberdade religiosa é um direito humano fundamental”, ressaltou o Pontífice durante a cerimônia, realizada no parque urbano Galle Face Green, na cidade de Colombo.

De acordo com o Vaticano, mais de 500 mil pessoas participaram da missa. “Que os cristãos deste país possam ser confirmados na fé e darem uma contribuição ainda maior à paz, à justiça e à reconciliação na sociedade do Sri Lanka”, disse Francisco. Vaz, que foi beaticado há 20 anos pelo papa João Paulo II, foi elogiado por Francisco por ter sido um “missionário da periferia”. Disfarçando-se de mendigo, Vaz fugia da colonização holandesa para pregar o catolicismo. Logo depois da missa de canonização, o Papa seguiu viagem para Madhu para visitar o Santuário de Nossa Senhora do Rosário.

A cidade já foi palco de conflitos entre a população de etnia tâmil e o governo central. Com confrontos sangrentos até 2009, a zona de 160 hectares do santuário acabou se tornando um centro de acolhimento de refugiados, graças aos trabalhos de bispos locais que desmilitarizaram a região. No local, Francisco fez um discurso lamentando o “sangue” derramado nos confrontos no Sri Lanka. “Um longo conflito dilacerou o coração do país e muitas pessoas, do norte ao sul, foram mortas em atos de violência nos últimos anos. Ninguém pode se esquecer dos trágicos eventos ligados a esse lugar”, disse. O Papa também rezou para que as comunidades tâmil e cingalesa “reconstruam a união que foi perdida” nas guerras. Francisco iniciou ontem sua viagem ao Sri Lanka, como parte de um giro pela Ásia que terminará na semana que vem, nas Filipinas.