Outras cinco pessoas, inclusive o homem que comprou a menina, também foram presas
O pai de uma menina de oito anos e outras cinco pessoas foram detidas no Afeganistão acusados de envolvimento na venda da criança por 4.900 dólares (cerca de 13.000 reais) para casá-la com um homem de 30. Muhammad Hussain, de 60 anos, vendeu sua filha na província de Balkh, no norte do país, disse a promotora do Escritório de Acusação Especial para Casos de Violência contra as Mulheres, Fawzia Hamidi. “O pai vendeu sua filha como uma vaca ou uma ovelha e não a tratou como humana”, afirmou Hamidi.
Os casamentos forçados são proibidos no país asiático, onde a lei também não permite que menores de 18 anos se casem. A menina foi vendida há 22 dias, mas o caso não havia sido descoberto até agora. Embora não tenha havido celebração do casamento, um mulá, líder islâmico, autorizou a união, segundo a promotora.
O pai, o homem para quem a garota foi vendida e o mulá foram detidos junto de outras três pessoas que também estariam envolvidas no caso. Ele pretendia destinar o dinheiro para se casar de novo, pois sua mulher morreu há anos, relatou Hamidi. Um porta-voz da polícia de Balkh, Sher Khan Durani, confirmou as seis detenções e explicou que os detidos foram levados à promotoria provincial.
A mesma província registrou no último ano quinze casos de casamentos com menores na província, mas outros não foram levados adiante porque “só podemos seguir os que acontecem em zonas urbanas, e muitos ocorrem nas rurais”, indicou Hamidi. O castigo para esses casos é de no mínimo dois anos de prisão, mas a representante do Ministério Público lamentou que o sistema judiciário afegão não é muito propenso a condenar os culpados. “Não seríamos testemunhas de tais incidentes se quem os comete fosse corretamente punido pelo tribunal”, sentenciou.
