Rodrigo não será executado enquanto houver dúvida sobre sua saúde psiquiátrica

A adiou a execução do paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte e de mais sete presos condenados por tráfico de drogas, prevista originalmente para este mês. Autoridades do país informaram que o cumprimento da sentença será mantido, mas que a data foi remarcada devido a problemas nos preparativos do sistema penal.
 

Rodrigo, de 42 anos, está preso desde 2004 e foi condenado à morte após entrar na Indonésia com 6kg de cocaína escondidos em pranchas de surf. A família do brasileiro tenta impedir a execução e solicita a transferência de Rodrigo para um hospital psiquiátrico. Recentemente, um médico do governo indonésio confirmou um diagnóstico de esquizofrenia.
 

Em declaração à imprensa, Tony Spontana, porta-voz da Procuradoria-Geral do país, disse ontem que Rodrigo não seria executado enquanto houvesse dúvida sobre sua saúde psiquiátrica. “Recebemos cartas do diretor da prisão, Nusa Kambagan, sobre um detento que apresenta indicações de doença mental. Ele já pediu para o escritório do procurador-geral para que o senhor Gularte seja examinado fora da prisão, uma vez que as instalações da penitenciária são limitadas”, disse ele. “Nós temos de ter certeza de que ele está completamente recuperado, antes de proceder à execução”, completou.

Spontana informou que a nova data ainda não foi marcada. “Eu não sei quanto tempo levará para finalizar os preparativos, mas posso garantir que as execuções não acontecerão neste mês, a menos que tenhamos novidades extraordinárias.”

No mês passado, a Indonésia executou o carioca Marco Archer Cardoso, 53, causando comoção e polêemica no Brasil. Archer, também condenado por tráfico, foi o primeiro brasileiro condenado à morte por uma decisão judicial no exterior. A presidente Dilma Rousseff, que intercedeu pela vida de ambos, disse ter ficado “consternada e indignada” com a execução e alertou que a decisão da Indonésia de cumprir a sentença “afeta gravemente” as relações entre os dois países.