Atentados não foram reivindicados, mas ataques se assemelham a ações do Boko Haram

 

Ataques suicidas atingiram a Nigéria e Camarões neste domingo (26), deixando pelo menos 35 mortos e mais de cem feridos.

Na cidade nigeriana de Damaturu, uma explosão detonada por uma mulher-bomba atingiu um mercado lotado neste domingo, matando pelo menos 15 pessoas, disse um porta-voz da polícia.

Ninguém assumiu a responsabilidade pela explosão. Testemunhas disseram que ocorreu por volta das 9h30. Esse é o mais recente de uma série de ataques nas últimas semanas, que carregaram as marcas do grupo militante islâmico Boko Haram.

— Quinze pessoas foram confirmadas mortas até agora e mais corpos estão sendo trazidos para o hospital — disse o porta-voz da polícia Toyin Gbadegasin. Testemunhas disseram que cerca de 50 pessoas ficaram feridas.

Militantes do Boko Haram controlavam uma faixa de terra do tamanho da Bélgica no final do ano passado, mas foram expulsos da maior parte desse território por tropas nigerianas nos últimos meses, com a ajuda militar dos vizinhos Chade, Níger e Camarões.

20 mortos em Camarões

Pelo menos 20 pessoas morreram em um ataque suicida perpetrado por uma menina na noite de sábado, em um bar em Maroua, norte de Camarões, três dias após dois atentados na mesma cidade — informou a televisão estatal neste domingo. De acordo com o canal, uma menina de 12 anos se detonou em um bar na noite de sábado matando 20 pessoas e ferindo pelo menos 79.

Ninguém ainda assumiu a responsabilidade pelo ataque, mas o norte de Camarões tem sido repetidamente alvo dos extremistas nigerianos do Boko Haram.

“Uma menina de cerca de 12 anos fez-se explodir e as forças de segurança isolaram a área e realizaram várias detenções”, disse a televisão estatal.

Um morador local disse que ouviu “um grande estrondo” e disse que o ataque ocorreu no movimentado bar ‘Le Boucan’.

O ataque ocorreu um dia depois de uma série de ataques a cidades de fronteira no nordeste da Nigéria, onde pelo menos 25 pessoas foram mortas e centenas foram forçadas a abandonar suas casas em chamas.

Depois de vários ataques mortais em seu território, o exército camaronês se juntou à ofensiva militar regional contra os extremistas do Boko Haram.

Maroua, um foco comercial do extremo norte de Camarões, perto da fronteira do Chade e Nigéria, ainda estava de luto pela morte de 13 pessoas em um atentado duplo na quarta-feira cometido por dois adolescentes, quando houve o novo ataque.

A cidade está há meses sob forte esquema de segurança pela crescente ameaça representada pelo Boko Haram, incluindo a proibição de motos à noite, um meio que os insurgentes costumam usar para realizar seus ataques.

O Boko Haram recentemente aumentou seus ataques na instável região do lago Chade, apesar da grande ofensiva regional contra eles.

Nos últimos dois anos, o grupo tem realizado numerosos ataques transfronteiriços e sequestros no norte de Camarões, mas o país, que desempenha um papel fundamental na luta regional contra jihadistas, conseguiu evitar alguns ataques suicidas.

Na semana passada, Camarões estendeu para outras partes do país a proibição sobre o véu islâmico integral que já tinha imposto em partes do norte e oeste, em uma tentativa de evitar a ameaça de ataques suicidas por mulheres.

Os muçulmanos representam cerca de um quarto da população camaronesa.

Uma nova força regional de cinco países – Nigéria, Níger, Chade, Camarões e Benin — prevê se mobilizar em 30 de julho para enfrentar os insurgentes, que em seis anos de ações deixaram cerca de deixou 15.000 mortos.