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‘Corredor da morte’ na Indonésia tem até avó britânica entre prisioneiro

A britânica Lindsay Sandiford foi presa em 2012 ao tentar entrar com cinco quilos de cocaína na Indonésia
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A britânica Lindsay Sandiford foi presa em 2012 ao tentar entrar com cinco quilos de cocaína na

A execução do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira e de outros cinco prisioneiros no sábado na Indonésia causou consternação e protestos. Porém, outro efeito mais imediato foi atingir em cheio as esperanças dos mais de 100 prisioneiros que estão no “corredor da morte”.

Em especial os detentos vindos de países ocidentais, depois de Archer se tornar o primeiro caso de prisioneiro oriundo deste hemisfério a ser punido com a pena capital.

Há diversas nacionalidades representadas no contingente de prisioneiros à espera da execução na Indonésia, incluindo outro brasileiro, o paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, de 39 anos. E a lista é diversa ao ponto de incluir uma avó: a britânica Lindsay Sandiford.

 

Tolerância zero

Aos 58 anos, ela está na prisão desde 2012, quando foi apanhada no aeroporto de Jacarta com quase 5 kg de cocaína escondidos numa mala — a mercadoria estava avaliada em mais de R$ 6 milhões.

Sandiford alegou ter sido coagida a transportar a droga para a Indonésia depois de seus filhos sofrerem ameaças. Ela tem dois netos.

As autoridades indonésias, no entanto, não se sensibilizaram com os argumentos e a britânica foi condenada à morte em 2013.

Tal decisão causou polêmica porque Sandiford participou de uma espécie de delação premiada e colaborou com a polícia numa operação em que integrantes da gangue de traficantes com quem ela trabalhou foram presos.

Ainda não há data marcada para a execução da britânica, mas já se sabe que nas próximas semanas mais ocidentais serão executados, entre eles dois australianos acusados de tentar traficar heroína na Indonésia.

Integrantes de uma gangue apelidada de “Os nove de Bali”, Myuran Suku­maran e Andrew Chan tentam que sua pena seja mudada para 30 anos de prisão, mas Sukumaran já teve seu pedido de clemência negado pelo presidente indonésio, Joko Widodo.

Eleito com uma plataforma de “tolerância zero” com o tráfico de drogas, Widodo anunciou em dezembro que não estava disposto a fazer concessões em casos judiciais envolvendo este crime. Uma decisão com respaldo popular no país.

 

Vício

A Indonésia é um arquipélago e, consequentemente, tem abundância de entradas para o tráfico. A região de Bali, um ponto popular para turistas e em que a demanda por drogas se intensifica. O governo indonésio estima que o país concentre 45% das drogas em circulação no Sudeste Asiático.

Regiões procuradas por turistas ocidentais, como Bali, são marcadas pela presença do tráfico na Indonésia

Segundo as estatísticas oficiais o número de casos de apreensões de susbtâncias proibidas aumentou consideravelmente nos últimos anos e há entre autoridades do país a crença de que a moratória nas execuções entre 2008 e 2013 serviu de incentivo para trangressões.

“Esperamos que as execuções sejam uma detente. Estamos meramente protegendo nosso país do perigo das drogas”, disse neste domingo o Procurador-Geral do país, Muhammad Prasetyo.

Em 2009, o parlamento aprovou um pacote de leis que criminalizou o vício e determinou que mesmo a posse de pequenas quantidades de droga possa ser punida com penas de até nove anos de detenção.

No entanto, os esforços das autoridades esbarram em denúncias de esquemas de corrupção envolvendo a polícia e mesmo juízes. Em 2011, por exemplo, veio à tona uma elaborada rede de tráfico na prisão de Nusakambangan Island, a mesma em que Marco Archer foi executado, envolvendo diversos agentes penitenciários e mesmo o diretor do complexo.

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