Pular para o conteúdo
Mundo

Caso Nisman: “Argentina fica mais escura”, diz deputado opositor

 Procurador fez a mais grave denúncia contra o atual governo da Argentina 
Arquivo -

 Procurador fez a mais grave denúncia contra o atual governo da Argentina 

A morte do procurador Alberto Nisman poucos dias depois de apresentar uma grave denúncia contra a presidente  e vários apoiadores tornou a Argentina “mais complexa e mais escura”. A avaliação é do deputado Francisco de Narváez, da coligação oposicionista Unión Celeste y Blanco (UCB). “Há outra Argentina a partir deste acontecimento, mais complexa e mais escura. A morte do procurador-geral Alberto Nisman está diretamente relacionada com a acusação grave feita com base em todas as informações que ele tinha apurado em seu papel de promotor”, disse ao site de VEJA.

Para ele, a morte representa “uma página da história argentina que foi virada no sentido contrário”, uma referência aos mais de dez anos de investigação de Nisman sobre o atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), que deixou 85 mortos. O ataque ocorreu em 1994 e o promotor assumiu o caso dez anos depois. Na última semana, ele acusou a presidente, o chanceler Hector Timerman e outros dirigentes de acobertar a participação do Irã no atentado.

 “A morte de Nisman coloca a Argentina diante de uma crise política com consequências imprevisíveis”, afirma Rosendo Fraga, analista político argentino. “Há poucos dias atrás houve uma ordem da presidente para o chanceler não participar da marcha em Paris para protestar contra o terrorismo, criando uma crise na política externa; dois dias depois, Nisman denunciou uma conspiração liderada pela própria Cristina para encobrir o passivo do Irã no ataque contra a Amia; e, por fim, a morte do denunciante. Houve uma extrema escalada na crise”, opina Fraga, para quem o governo não soube reagir de maneira correta aos acontecimentos.

Desde que a denúncia se tornou pública, no dia 14, o kirchenerismo, “coerente com sua característica”, como observa o analista, mostrou surpresa e depois passou a questionar a acusação e desqualificar o procurador. Para ele, desde o início da crise, o governo não deu respostas convincentes à população argentina e agora fecha-se para tentar destruir o trabalho de Nisman.

“Nesta situação, devemos colaborar e cooperar e, para Cristina Kirchner, devido ao cargo que ocupa, é obrigação fazer isso. No entanto, a presidente fica dando opiniões, induzindo ou afirmando diretamente qual é sua posição. E isso é determinante, ela está atrapalhando a independência do poder judicial”, critica o deputado Narvaéz. O opositor também lamenta que a presidente esteja usando as redes sociais para se comunicar com a sociedade em vez de fazer um pronunciamento oficial em cadeia nacional ou convocar a imprensa para uma declaração.

“Em mais de uma década no poder, é o momento político mais grave para o kirchenerismo”, afirmou Fraga, eximindo-se de fazer qualquer previsão diante de um cenário político tão frágil e conturbado.

A imprevisibilidade política e institucional ganha contornos mais dramáticos se adicionarmos à complicada equação argentina outras variáveis. O país está vivendo uma grave crise econômica, com inflação acima de 40% ao ano, fuga de investidores, moeda depreciada e o poder de consumo da população virando pó. Nas ruas, greves e protestos são frequentes, com ocorrências eventuais de manifestações violentas e saques. Na imprensa local, avolumam-se os escândalos de corrupção, cada vez mais próximos da Casa Rosada, como os processos contra o vice-presidente Amado Boudou e as novas informações sobre os ativos da família Kirchner no exterior.

A Argentina tem eleição presidencial marcada para 27 de outubro. Impedida de se reeleger, Cristina não terá seu nome nas cédulas, e do jeito que caminha seu governo, se ela conseguir se equilibrar no cargo até as eleições, já vai ser uma vitória.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

VÍDEO: Onça volta a rondar casa e assusta moradores de Corumbá

trt/ms

Começa na segunda-feira inscrições para estágio no TRT de MS

Botafogo anuncia contratação do goleiro equatoriano Cristhian Loor, de 19 anos

PRF apreende 3,5 toneladas de maconha em Eldorado

Notícias mais lidas agora

No pantanal das onças grito de socorro

No Pantanal das onças, de quem é o grito de socorro que ninguém está ouvindo?

procurador-geral supremo stf

STF diz que é ilegal, mas Papy mantém em procurador-geral comissionado na Câmara

feminicídio corumbá

Mulher morre após ser incendiada em Corumbá e MS soma 15 vítimas de feminicídio em 2025

Moraes converte prisão de Carla Zambelli de preventiva para definitiva

Últimas Notícias

Polícia

Suspeitos de matar adolescente em Campo Grande são presos

Autores atiraram contra policiais e tentaram fugir

Trânsito

Motorista é presa bêbada após acidente grave em Campo Grande

Homem que conduzia motocicleta teve traumatismo cranioencefálico

Esportes

Memphis marca 1º gol da vitória da Holanda sobre a Finlândia nas Eliminatórias da Europa

Holanda e Finlândia compõem o Grupo H, que conta ainda com Polônia, Lituânia e Malta

Brasil

Barroso: ‘Constituição brasileira permite que tudo possa chegar à Suprema Corte’

Presidente do STF reforçou que numa democracia há espaço para todas ideologias políticas