Grupo estava entre sobreviventes de naufrágios nesta semana

Nesta quinta-feira (16), um grupo de sobreviventes de três naufrágios ocorridos nesta semana contou aos policiais italianos que uma briga entre cristãos e muçulmanos dentro do barco causou a morte de 12 pessoas. Por conta disso, 15 pessoas foram levadas à delegacia para dar mais explicações sobre o caso. Os detidos, que vieram da Costa do Marfim, da Guiné e do Senegal, responderão por assassinato múltiplo agravado por crime religioso.

As testemunhas, que desembarcaram no Porto de Palermo, contaram – aos prantos – que o grupo muçulmano se revoltou contra os cristãos que estavam no barco e os ameaçava de morte. Na briga, 12 corpos foram jogados ao mar. Eles ainda informaram que saíram da Líbia no dia 14 de abril e havia 105 pessoas na embarcação. Os policiais informaram que os sobreviventes só conseguiram chegar à Itália porque se “opuseram energicamente aos afogamentos e, em alguns momentos, fizeram uma verdadeira corrente humana para se proteger”.

Sobre as possíveis 400 vítimas fatais desses naufrágios, a porta-voz do Comissariado da União Europeia para Assuntos Internos, Natasha Bertraud, afirmou que ainda não há como ter certeza sobre essa informação. Ela apenas informou que, desde a última sexta-feira (10), só a Guarda Costeira italiana salvou 7.850 imigrantes.

Mais um naufrágio 
Quatro imigrantes que desembarcaram hoje na Itália informaram que mais um barco teria naufragado no Canal da Sicília. Segundo eles, 41 pessoas morreram no bote em que estavam. Eles contaram que a embarcação saiu de Trípoli com 45 pessoas.

Assim que eles foram avistados pela Marinha Italiana, o barco virou e todos tentavam desesperadamente sobreviver. Mas, quando o navio “Fostari” conseguiu chegar perto dos imigrantes, apenas quatro deles ainda estavam vivos. Ao todo, nesta quinta-feira, 586 clandestinos chegaram aos portos italianos, sendo que 78 eram mulheres – muitas delas grávidas – e 58 eram crianças, entre elas cinco bebês.