Polônia impõe dificuldades às mulheres para realizarem um aborto

Ativistas de ONG holandesas, alemãs e polonesas usaram uma tática diferente neste sábado para denunciar as dificuldades que a Polônia impõe às mulheres para realizarem um aborto: drones levaram pílulas do dia seguinte ao país.

O pequeno aparelho partiu da cidade alemã de Frankfurt do Oder e cruzou o rio que delimita a fronteira entre os dois paí e aterrissou na cidade polonesa de Slubice.

A ação foi organizada pela ONG holandesa Women on Waves, conhecida por facilitar a mulheres de diferentes países abortos em um navio-clínica ancorado em águas internacionais, e por Ciocia Basia, que facilita a interrupção voluntária da gravidez a mulheres polonesas em Berlim, e a fundação polonesa Feminteka.

“A atual e restritiva lei do aborto polonesa gera injustiça social e afeta especialmente as mulheres sem recursoseconômicos ou sem informação”, denunciaram estas organizações em comunicado após concluir o protesto.

A legislação polonesa permite abortar se há risco para a vida ou a saúde da mãe, se a gravidez é resultado de estupro ou se o feto apresenta graves más-formações, limitações tachadas de restritivas, que ainda é mais severa pela recusa de muitos médicos de praticar o procedimento.

Como amostra disso, lembraram que frente às 99.700 interrupções voluntárias de gravidez registradas ano passado na Alemanha, que possui 80 milhões de habitantes, na Polônia, com 38 milhões, foram realizados 744 abortos, número que oculta dezenas de milhares de intervenções clandestinas.

As organizadoras explicaram que a ação não precisava de nenhum tipo de autorização administrativa prévia, mas denunciaram hoje que a polícia alemã confiscou os controles do drone.