“Fui me arrastando centímetro a centímetro”, disse

Provavelmente poucos no mundo podem se “vangloriar” de ter uma história como a de Mathews, de 36 anos. Possivelmente, ao menos no aspecto sorte e curiosidade, seu caso deve, na verdade, ser único.

É que, de acordo com um renomado jornalista do jornal francês “Le Monde”, Matthews é sobrevivente não de um, mas dois dos mais emblemáticos ataques terroristas ao Ocidente do milênio: o atentado contra as Torres Gêmeas do World Trade Center, em 11 de Setembro de 2001, e o massacre nas ruas de , no último domingo (13).

Na semana passada, ele era um entre as centenas de fãs que foram conferir o show da banda de rock Eagles of Death Metal na casa de espetáculos Bataclan, onde 89 pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas. Segundo contou à publicação o jornalista Daniel Psenny, que também foi baleado e hospitalizado, Matthews levou um tiro de fuzil na perna e só conseguiu sobreviver por ter se fingido de morto.

“Fui me arrastando centímetro a centímetro. A certa altura, vi o sinal de saída da porta ao meu alcance […] Logo, senti uma alguém segurando meus braços e só pensei, ‘eu te amo, meu anjo'”, contou a Psenny, o homem que primeiro o resgatou do local.

A história ganhou ainda mais força quando o repórter soube da proximidade de Matthews, cujo sobrenome nunca foi perguntado, com o mais violento ataque de grupos jihadistas da história – a série de atentados suicidas que deixou quase três mil mortos nos EUA em 2001.

“Eu estava indo a um encontro de negócios quando o avião da United Airlines explodiu contra uma das torres”, contou o norte-americano. “Eu corri em disparada meia Manhattan [distrito de Nova York onde ficava o World Trade Center]. Mas essa experiência que vivenciei no Bataclan foi mil vezes pior.”