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Variedades

R$ 700 pela sua íris? Entenda a prática em alta no Brasil e os perigos por trás dela

Projeto World, liderado pelo CEO da OpenAI, Sam Altman, recebeu críticas de especialistas
Gustavo Henn -
Imagem ilustrativa (Crédito: Freepik)

Já ouviu falar em R$ 700 pela “venda” da sua íris? O assunto tornou-se viral nas redes sociais nos últimos dias, principalmente no Tik Tok, referente a prática que tem acontecido nos grandes centros: pessoas comuns são seduzidas pela proposta de ganharem cerca de R$ 700 por uma fotografia da íris, um dos dados biométricos mais únicos do ser humano.

Não é fake news. A iniciativa existe e integra ação do projeto World, da empresa Tools for Humanity, que retomou o funcionamento no Brasil em novembro de 2024. Lançado em 2023 com o nome de Worldcoin, o projeto busca diferenciar humanos de inteligências artificiais por meio de uma ID, que serviria como “prova de humanidade”.

É aí que entra a fotografia da íris, ou a “venda do olho humano”, captada a partir do Orb, máquina que registra a íris. Após a captação, as pessoas que fizeram o procedimento recebem o “World ID” (identidade mundial). Cerca de dez pontos para o escaneamento foram instalados em São Paulo em novembro do ano passado, em ambientes como shopping centers e até locais de segurança duvidosa.

E um dado importante: o pagamento não é em dinheiro vivo, e nem em Pix, mas em worldcoins, uma criptomoeda própria do projeto. Convertida, seria equivalente à cerca de R$ 700.

Achou a proposta inovadora? Especialistas também, mas apontam riscos que podem estar ocultos na negociação. Entenda nos tópicos a seguir.

Quem está por trás disso?

A iniciativa é feita pela empresa Tools for Humanity, liderada por Alex Blania e Sam Altman, cofundador e CEO da OpenAI, a empresa responsável pelo ChatGPT.

O propósito do projeto é criar uma rede de identificação de humanos para auxiliar governos, empresas e os próprios usuários a combater as falsificações feitas por robôs e inteligências artificiais, que segundo Alex Blania, tendem a crescer e piorar com o avanço dessas tecnologias.

Ele ainda afirma que é necessário que a invenção seja aderida pelo máximo de pessoas possível, para que a diferenciação de humanos e robôs seja eficaz. Por isso, eles oferecem a recompensa monetária como troca do registro ocular.

Quais são os riscos?

Os especialistas demonstram preocupações com o projeto por conta do tipo de dados que o World pode estar armazenando, já que a íris é considerada um dado biométrico muito sensível e exclusivo, e não pode ser alterado. As autoridades também apontaram falhas nos termos de uso e concessão de dados.

Isso fez com que o projeto não fosse totalmente aceito ao redor do mundo desde seu lançamento. Em países europeus como Espanha e Portugal, ele foi proibido, principalmente, por falta de esclarecimento sobre como os dados pessoais serão utilizados e pela obtenção de informações de menores de idade. Na Coreia do Sul e na Argentina, a empresa foi multada.

Empresa rebate críticas

Entretanto, o World se defende das acusações e alega que as autoridades não entendem corretamente o seu funcionamento. Segundo o projeto, o registro de íris é imediatamente excluído e substituído por um código, usado para gerar a World ID. Neste caso, a empresa afirma que não armazena os dados do usuário e não o utiliza para outras finalidades.

Por isso, a Tools for Humanity reforça que o registro não é uma venda, mas uma forma de atrair as pessoas para o projeto, que ainda recebe desconfiança. Apesar dos contrários, o World, na última sexta-feira (10), chegou a 10 milhões de usuários com o World ID.

*Texto com supervisão de Guilherme Cavalcante

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