Em 2021, uma verdadeira guerra fria entre os realities brasileiros foi instaurada. Movidas pela ambição da audiência e até em busca de monopólio, as emissoras da TV aberta investiram como nunca em formatos no primeiro semestre, sem dar folga para o telespectador.

Maior prejudicado, o “MasterChef” deste ano foi preparado “na surdina”, sem muito alvoroço (tirando a saída de Paolla Carosella, único fato que gerou burburinho). Nesta briga, o reality ofuscado da Band foi o último a estrear no páreo. Em uma comparação, é como se a emissora tivesse sido a última a dar largada, e por isso o cavalo ficou para trás.

Chef Helena Rizzo entrou no elenco para substituir Paola (Foto: Band)

Se nenhum outro reality estivesse no ar, as chances do programa despontar eram enormes em meio à carência da pandemia, mas o formato conta com inúmeras pedras no sapato e não ganha alívio das concorrentes. Desde que estreou, o “MasterChef “competia diretamente com o “No Limite” da Globo e o “Power Couple” da Record TV.

Com o término dos dois, a Band poderia respirar aliviada se a Record não tivesse estreado em seguida o badalado “Ilha Record”, que vem causando e já conquistou o público com apenas dois episódios. Sem “No Limite”, a Globo parou com realities, mas as Olimpíadas têm ocupado o horário da programação na mesma hora em que o “MasterChef” é exibido.

No histórico de 2021, todos os principais canais da TV aberta apostaram alto nos realities shows. A Globo deu a largada com o fenomenal “BBB 21”, e para não perder espaço com o público que gosta das competições, lançou o “No Limite” em seguida, sem pausa. Além do “Mestre do Sabor”, “The Voice Mais” e “The Voice Kids”.

O SBT lançou o “Bake Off Celebridades” e dois formatos inéditos na TV brasileira: “Mestres da Sabotagem” e “Te Devo Essa – Brasil”. A Record fez sua estreia um pouco mais tarde, com o “Power Couple” somente em maio, após o fim do BBB 21, e seguiu a estratégia da Globo emendando um reality no outro ao iniciar o formato originalíssimo “Ilha Record” logo na sequência.

Temporada atual do programa culinário é entretenimento puro e dos bons, mas ninguém está vendo (Foto: Band)

Que espaço poderia sobrar para a Band quando todas as outras emissoras conquistaram seu terreno ao longos dos seis primeiros meses do ano? A saída de também afugentou o público do MasterChef, que adorava a jurada. O lamentável é que os telespectadores, fãs do formato, mas enjoados da saturação que a Band causou no programa, estão perdendo uma temporada magnífica, com um elenco de peso, cheio de possibilidades.

Seria mesmo muito difícil o programa culinário se consolidar em meio a um catálogo antecipado de opções para os brasileiros e sem um nome de extrema importância para a atração. Comenta-se nos corredores do canal que esta deve ser a última temporada do “MasterChef Brasil”, principalmente se o reality flopar, o que, de certa forma, vem de fato acontecendo.

Sucesso durante muitos anos, a edição de 2021 começou há pouco e ainda tem tempo e chances para se salvar, mas se isso não acontecer, o “MasterChef” sairá de cena com um triste fim, apresentando uma temporada brilhante, com fortes conflitos, boa gastronomia e entretenimento garantido.