Coitada da atriz? Muito pelo contrário. Os maiores méritos de “Amor de Mãe”, querendo ou não, gostando ou não, são dela. 

Apresentando personagens apáticos, sem carisma, que não despertaram torcida, a novela das nove chega ao fim nesta sexta-feira deixando Regina Casé com “dor nas costas”.

Ela, inclusive, foi a reponsável por carregar o tal amor sugerido pelo título da novela. Que “Amor de Mãe” é esse? Lurdes foi a grande representante do sentimento no folhetim, e não só do amor de mãe, mas do amor em geral.

Se o público viu a trama, foi por ela, pela história dela. Tudo esteve reunido ali. Quando alguém “carrega” um produto de entretenimento sozinho, sendo o grande destaque, a web costuma dizer que essa pessoa está com dor nas costas por isso. E foi exatamente o que Regina Casé fez.

Não há desmerecimento ou menosprezo a nenhum outro ator; é que a trajetória de Lurdes, de fato teve o peso predominante. A autora Manuela Dias concentrou ali o afeto, o carisma, as ações… o amor.

Com talento e competência, Casé deu conta do recado e imprimiu na tela uma mulher que passava muita verdade. Outra atriz talvez não tivesse comovido tanto. Sedento por emoção, o público comprou o tipo da personagem, mais do que qualquer outra coisa no folhetim.

Último capítulo

Deslizes no início e na reta final fizeram “Amor de Mãe” apresentar um saldo bastante negativo. Se a novela se redimiu com o telespectador ou não, só será possível constatar após a exibição do último capítulo, na noite desta sexta-feira (9).

Sem grandes surpresas ou reviravoltas, Manuela Dias descambou para o óbvio dos sequestros forçados para movimentar e ter entrechos dramáticos e previsíveis no final.

O grande acontecimento da obra foi ao ar na quarta-feira (7), fazendo a novela ganhar inúmeros pontos positivos com seu público, após semanas apresentando tragédias intensas. Entretanto, um último capítulo ruim pode anular toda essa boa repercussão e apagar da mente do telespectador o que a trama apresentou de bom.