Nem só de belas imagens se faz um bom folhetim. Para o consumidor de emoções, o que realmente importa é a história e os tipos que ela apresenta. “Nos Tempos do Imperador” estreou nesta segunda-feira (9), fazendo bonito na tela, mas feio nos números.

Com a meta estabelecida nos 20 pontos de audiência, a nova novela das seis marcou 19 em seu primeiro capítulo. Por ser a primeira novela da a estrear inédita no meio da pandemia, a expectativa era de que o folhetim fosse aguardado e prestigiado, valorizando a mobilização do trabalho dos atores e de toda a equipe durante a crise do coronavírus.

Dados do Ibope revelam que a audiência alcançada nesta segunda-feira é a pior desde 2014 em uma para a faixa das 18 horas. Cenas apáticas, diálogos forçados e atuações teatrais podem ter afugentado o telespectador já na estreia.

Mas a própria temática da obra, por si, já acaba repelindo a audiência diante do momento que o país e o mundo vivem: “Nos Tempos do Imperador” é histórica. Repetindo o fracasso da novela que lhe deu origem, em reprise na pandemia, a estreia da nova novela das seis mostra que o telespectador não está a fim de mergulhar em um passado crítico.

O momento tenso pede um “refresco”. Exausto da cruel realidade, o telespectador foge do real, por mais ficcionado que seja. Ao retratar e propor ao público a dureza e a crueldade dos “tempos do Imperador”, o folhetim estreante da pandemia na TV Globo pode não conseguir recuperar seu saldo. Ainda mais por ser uma obra fechada.

Com mais de 150 capítulos pela frente, a obra deve manter o mesmo ritmo por já estar quase totalmente gravada e não poderá sofrer alterações. Terá que fazer milagre para conquistar a audiência.