Capítulos decisivos de “A Vida da Gente” foram prejudicados numa falha de percurso esta semana na reprise da telenovela. Sequências que dão início à reta final, exibidas na terça (01) e na quarta-feira (02), amargaram desempenho pífio na audiência.

Inexplicavelmente, o flagra do chifre de Manuela (Marjorie Estiano) no final do capítulo de terça afugentou os telespectadores e fez a trama marcar 18 pontos, muito abaixo do que costuma. Foi, inclusive, sua pior terça-feira desde a reestreia, em 1 de março, logo quando mostrou o acontecimento mais relevante para o desenrolar do final.

Rodrigo e Ana foram pegos com a boca na botija (TV )

Na quarta (02), começando mais cedo por causa do futebol, “A Vida da Gente” foi ainda mais prejudicada. Já tinha alcançado um número ruim no dia anterior e derrubou mais ainda no capítulo que exibia toda a continuidade da descoberta da traição de Ana e Rodrigo em Manu. O episódio mais importante marcou o recorde negativo da reprise, registrando assustadores e míseros 16 pontos.

Em outras quartas-feiras menos relevantes, também sendo antecipada pelo futebol, a novela de Lícia Manzo conseguiu desempenhos melhores. A véspera do feriado de pode ter contribuído para o número espantoso e tão baixo, no episódio que apresentava sequências extremamente necessárias.

Falta de interesse? Revolta?

Pode ser. Assim como em 2011, mas numa potência muito maior (porque hoje as são muito mais ativas do que há 10 anos), “A Vida da Gente” tem sido alvo de boicotes aos personagens.

A galera que apoia Manu, por ter ficado com o namorado da irmã enquanto ela estava em coma, descasca Ana Fonseca. Enquanto os apoiadores de Ana, por ter tido sua vida roubada pela irmã, querem a cabeça de Manuela. Uma verdadeira guerra na web existe desde a transmissão original do folhetim, e a reprise trazida pela pandemia só inflamou ainda mais a disputa interminável e inconclusiva.

Relações entre o trio protagonista divide o público hpa 10 anos (TV Globo)

Revoltada, a parcela colada com Manu pode ter feito um esforço para derrubar os números nos respectivos capítulos em que ela descobria que estava sendo chifrada. Além, é claro, do próprio boicote da Globo ao levar ao ar os episódios mais importantes em uma semana problemática com futebol na grade e feriado prolongado.

Curiosamente, na exibição original em 2011, as sequências foram transmitidas na semana de ano novo e os mesmos capítulos acumularam recordes para o folhetim. O fato é que, na reprise, os acontecimentos relevantes não deram conta do tranco e um recorde negativo acabou sendo registrado.