O Jornal Nacional estreou novo cenário e algumas reformulações de formato na segunda-feira

Durante décadas circulou a lenda que, num dia qualquer, Cid Moreira apresentou o Jornal Nacional usando bermuda. Não era lenda. Aconteceu. Foi numa época de carnaval.

O apresentador, que deixou o JN em 1996, confirmou a história para Serginho Groisman durante participação no Altas Horas, em outubro do ano passado.

Em razão do atraso provocado por uma tempestade na estrada, Cid foi direto de sua propriedade na serra fluminense para os estúdios da Globo. Não deu tempo de passar em casa para colocar uma calça.

Pois agora quem será obrigado a ter cuidado redobrado com o figurino é William Bonner, âncora e editor-chefe do telejornal, e sua companheira de bancada, Renata Vasconcellos.

O Jornal Nacional estreou novo cenário e algumas reformulações de formato na segunda-feira (27). No ar desde 1969, o JN está mais ágil e informal, com espaço importante para improvisos e comentários fora do teleprompter.

Os apresentadores, que sempre ficaram sentados, levantam várias vezes ao longo do telejornal para interagir com repórteres num telão, assim como acontece no Bom Dia Brasil, Jornal Hoje e Jornal da Globo.

Antes, Bonner costumava usar jeans e sapatos esportivos, já que era focalizado apenas da cintura para cima. Passa a vestir terno completo e calçados sociais. Renata, considerada a mais elegante do jornalismo da Globo, também perdeu o direito ao meio traje.

Quando ficam em pé diante do telão para interações em tempo real, os dois parecem estar frente a frente com os repórteres, correspondentes e a nova titular da previsão meteorológica, Maria Júlia Coutinho.

Outros dois detalhes do novo layout chamam atenção: a bancada futurista com tampo de acrílico transparente (a antiga tinha um design mais limpo) e a retirada do globo em movimento atrás dos âncoras e também das letras ‘JN’ que ‘flutuavam’.

Agora o que se vê é um telão maior que o anterior no fundo da redação. Placas laterais, que mudam de cor conforme a situação, ampliaram a profundidade do cenário. Antes azuis, as vigas que cruzam o teto voltaram sóbrias, na cor cinza.

No final do telejornal, Bonner e Renata se levantaram da bancada, acenaram para os técnicos que estavam atrás das câmeras e saíram do mezanino onde fica o estúdio.

Poucos telejornais fazem este tipo de encerramento. A impressão é que o telespectador foi deixado sozinho diante da TV. Um possível estímulo para que mude de canal em busca de alguém em cena.

Essa renovação estética e a modernização do formato do Jornal Nacional fazem parte do pacote de novidades dos 50 anos da Globo, completados no domingo (26).

Apesar de registrar queda de audiência nos últimos meses, o JN ainda mantém liderança folgada em sua faixa horária. Fica de 10 a 15 pontos à frente do segundo colocado no ranking do Ibope, a bem-sucedida novela bíblica Os Dez Mandamentos, da Record.