Era pra ser um momento feliz para a cantora Luciane Dom, já que ela se prepara para divulgar sua nova canção de Natal, que será lançada nesta sexta-feira (15). No entanto, a artista precisou interromper suas publicações de divulgação do seu trabalho nas redes sociais para denunciar um episódio de racismo que sofreu no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (14).

No X (antigo Twitter), Luciane postou uma foto sua e declarou na legenda: ‘Acabaram de revistar o meu cabelo no Aeroporto Santos Dumont'.

Pouco depois, ela usou seu para dar mais detalhes sobre o ocorrido. Segundo a cantora, ela ficou em choque quando uma das funcionárias afirmou que precisaria revistar o cabelo para que ela embarcasse.

“As coisas nunca são suaves para as pessoas como eu. Eu estou no meio da divulgação de uma minha que sai amanhã, tava feliz, vendo memes, lendo coisas leves que gosto, aí chego no aeroporto Santos Dumont e sou parada por uma ‘revista aleatória', minutos antes de embarcar pra São Paulo”, conta ela. “Eu já tinha passado a mala do scanner, e eu mesma já tinha passado no scanner corporal. A mulher me diz ‘tenho que olhar seu cabelo'. Eu olho pra ela aterrorizada com a violência desse ato. Ela chama o superior. Meu dia acabou”, lamentou ela.

Luciana continuou seu , explicando que a situação foi como um balde de água fria. “Eu trabalho com arte, criando possibilidades e imaginários diferentes, fazendo pessoas sonharem… Me fazendo acreditar na mudança. Queria ao menos ter ânimo e cabela para continuar divulgando o som e falando o que eu tava falando durante a semana… queria estar leve! Mas não”, desabafou.

E Luciane seguiu com seu desabafo nas redes sociais, dessa vez, nos stories. “Eu estou péssima. Acabei de chegar em São Paulo, estou em um lugar tranquilo e seguro, mas estou assim… Obviamente frustrada e decepcionada. Por mais que seja algo que eu já espere, porque a gente vivem numa estrutura racista, é muito ruim quando acontece porque fere algo muito profundo na nossa dignidade”, afirmou.

“Então, eu lá, sozinha naquele scanner, meus amigos do musical que faço parte já tinham entrado [no avião]… Abri os braços, o scanner corporal não tinha apitado, nada na minha mala, revistaram tudo. Mas essa questão do cabelo pega muito. [O cabelo] pega muito porque a gente está falando há tantos anos sobre ancestralidade, sobre estética, sobre beleza. A gente está em 2023 e ainda tem uma galera já do movimento negro há muitos anos falando sobre isso e a parada parece que não muda” diz a cantora, revoltada.

Ela garantiu que não quer se abalar com o ocorrido e que tomará as medidas cabíveis. “É seguir em frente mesmo. (…) Sou uma artista ativista, vou acionar meus direitos”, concluiu ela.